Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês

Ricardo Rangel

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Continua após publicidade

Bolsonaro e seu comício sui generis

O que o ex-presidente espera com esse tipo de comício? Tem chance de dar certo?

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 12h08 - Publicado em 22 abr 2024, 11h06
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Bolsonaro fez mais um comício. Como tudo o que o ex-presidente faz, foi um negócio pouco convencional.

    Publicidade

    O que se viu foi mais um ato eleitoral sem objetivo eleitoral. Afinal, a estrela do dia está inelegível, e elegíveis como Tarcísio, Zema e Caiado não foram. Os elegíveis sem cargo que foram, como Alexandre Ramagem, não discursaram porque a campanha eleitoral ainda não começou formalmente.

    Publicidade

    Causa espécie a estirpe dos que frequentaram o evento: nunca se viu, num mesmo palanque, tanta gente investigada pela polícia. Lá estavam Bolsonaro, o filho Flávio, Ramagem, Valdemar Costa Neto, o general Braga Netto, os governadores Claudio Castro e Jorginho Mello, o deputado Gustavo Gayer, o pastor Silas Malafaia. Não surpreende que a principal reivindicação do evento seja a anistia para os criminosos do 8 de janeiro.

    Boa parte dos presentes está proibida pela Justiça de se encontrar ou se comunicar: a turma que quer dar um jeito no Brasil, precisa antes dar um jeito de não se encontrar (ou de se encontrar sem a polícia saber).  Foram necessários esquemas especiais de coordenação de hotéis e horários: Braga Netto chegou antes do começo, Valdemar no meio, Bolsonaro no fim — ninguém se viu.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Bolsonaro pediu uma salva de palmas para Elon Musk. Meio gauche isso de multidão brasileira aplaudir  bilionário estrangeiro hipócrita, mas quando a gente lembra que a turma já pediu ajuda a extraterrestres e cantou o hino nacional para um pneu, soa menos estranho.

    O inefável Malafaia, o mais notável e mais loquaz nos eventos de Bolsonaro, vociferou que “Alexandre de Moraes é uma ameaça à democracia” e chamou Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, de “frouxo, covarde, omisso” por não abrir um processo de impeachment contra o ministro. (Não disse se considera Arthur Lira, que engavetou 144 pedidos de impeachment contra Bolsonaro, firme, corajoso e presente.)

    Publicidade

    Michelle rezou. Carluxo esnobou. Romário também não foi, mas foi vaiado assim mesmo. Gustavo Gayer não foi vaiado, até porque ninguém entendeu o que disse: falou em inglês para ser compreendido por Elon Musk, e terminou declarando que “nós [os bolsonaristas] somos a esperança do mundo”.

    Continua após a publicidade

    O grupo de pesquisa Monitor do Debate Político, da USP, estimou o público em 32,7 mil pessoas, número pálido diante dos 185 mil presentes no último comício da Paulista. Sabe como é, domingo deu praia no Rio.

    Publicidade

    Com calor, Bolsonaro mandou apressar o fim do evento. Eram 12 programados para falar, mas o paladino da liberdade de expressão cassou a palavra de 7. Do início oficial até o encerramento, se passaram apenas duas horas e meia.

    Com seus comícios, Bolsonaro espera demonstrar uma força popular que impeça a Justiça de prendê-lo. Não daria certo nem se o comício fosse espetacularmente bem sucedido. E não foi.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    (Por Ricardo Rangel em 22/04/2024)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.