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Abin: PF chega à família Bolsonaro. E agora?

Perguntar não ofende: a Presidência da República precisa de uma agência de informações?

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 jan 2024, 22h53 - Publicado em 29 jan 2024, 11h31

Ainda não se passou uma semana e já entramos na terceira fase do escândalo da Agência Brasileira de Informações (Abin), que explodiu na última quinta-feira.

Na primeira fase, descobriu-se que a Abin monitorava e/ou espionava ilegalmente inúmeras pessoas, como ministros do Supremo, o presidente da Câmara, a procuradora do caso Marielle; e dava apoio ilegal à defesa de filhos de Jair Bolsonaro. Foi nessa fase que a Polícia Federal chegou ao deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, quase diretor da PF e homem de confiança do ex-presidente.

As informações levantadas dão elementos para que se entenda por que, na reunião de abril de 2020, Bolsonaro dizia que o “meu serviço de informações funciona (e só ele)”, estava preocupado com a segurança de sua família e por que pressionava Sergio Moro para interferir na Polícia Federal. E criam mais dúvidas sobre por que Bolsonaro estava tão interessado no caso Marielle.

Na segunda fase, descobriu-se que — já com a PF na rua, cumprindo os mandados da primeira fase —  houve reunião entre a cúpula da Abin e alguns dos investigados. Ou seja, o governo mudou, mas a Abin, pelo jeito, continuou sendo basicamente a mesma.

A descoberta deve derrubar Alessandro Moretti, o número 2 da agência (o número 3, Paulo Fortunato, já havia sido afastado em outubro, quando a PF encontrou 171.000 dólares em espécie em sua casa). O diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, ficou em situação “delicada”.

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Agora, na terceira fase, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão contra o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente e suposto chefe do “gabinete do ódio”. E constatou que uma sua assessora pedia informações a Ramagem sobre investigações de que membros da família Bolsonaro eram objeto.

O escândalo — e a polícia — estão a um passo de Jair Bolsonaro.

Nunca o patrimonialismo — o crime de transformar a coisa pública em particular — foi praticado com tanto entusiasmo quanto durante o governo Jair Bolsonaro, o homem que chamava as Forças Armadas de “minhas”. Lula está descobrindo, do jeito desagradável, que a agência continua fiel, em grande medida, a seu antecessor. Não é o primeiro.

“Criei um monstro”, disse o general Golbery do Couto e Silva, ao descobrir que o SNI (antecessor da Abin), serviço que ele mesmo criou, fazia o que bem entendia.  E que aquilo que bem entendia fazer não era o que o governo Geisel, a que se subordinava, queria que fizesse.

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A nova fase do escândalo traz duas dúvidas. A primeira, claro, é o que acontecerá com Jair Bolsonaro e parentela.

A segunda é o que fazer com a Abin. Faz mesmo sentido a Presidência ter uma agência de informações? E, se sim, como é possível reformar a Abin? Como garantir que ela aja de maneira republicana e de acordo com a lei?

(Por Ricardo Rangel em 29/01/2024)

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