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Vale a pena ler de novo o que saiu nas páginas de VEJA em quase cinco décadas de história
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Como surgiram e se firmaram os gigantes do comércio eletrônico

Edições de VEJA mostram a aposta vitoriosa de companhias como a Amazon em logística e na "compra" da fidelidade dos clientes

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h30 - Publicado em 12 abr 2018, 15h45
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  • A edição 2.578 de VEJA que está nas bancas traz entre suas reportagens a discussão nos Estados Unidos sobre o declínio do comércio em lojas físicas. Além da saturação do setor no país, que cometeu excessos nas últimas décadas que, agora, estariam sendo corrigidos, alguns analistas apontam como culpada a Amazon, a gigante do comércio eletrônico e maior ameaça mundial ao varejo tradicional. “Desde 2015, cerca de 500 grandes centros comerciais, de redes como Kmart, Macy’s e Sports Authority, fecharam as portas. Segundo uma análise do banco Credit Suisse, a redução de lojas fará com que um em cada quatro shoppings americanos feche até 2025”, diz o texto.

    A avalanche Amazon, hoje líder em vários segmentos do comércio, foi acompanhada de perto pela revista em várias de suas edições. Em 22 de julho de 1998, apresentando o site como uma novidade para muitos de seus leitores, a publicação explicou como nasceu a empresa.

    “Em 1994, quando muita gente ainda achava que a internet não daria dinheiro a curto prazo, o americano Jeff Bezos resolveu abrir um negócio nesse ramo. Escolheu os livros, mercadoria fácil de entregar, com muita variedade e ainda inexplorada pelos vendedores virtuais. Abandonou seu emprego como executivo financeiro em Wall Street, mudou-se com a mulher para Seatle, uma cidade mais barata que Nova York, e começou a trabalhar. De lá para cá, a Amazon.com tornou-se a maior livraria virtual do mundo. Aos 34 anos, Bezos é hoje um homem rico. Mais do que isso, sua parte nas ações da companhia estava avaliada em Wall Street na casa do bilhão de dólares.”

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    Reportagem de 1998 apontava que “os pioneiros da internet estão entrando em tempo recorde na lista dos homens mais ricos do mundo” (Reprodução/VEJA)

    Um ano depois, na edição de 21 de julho de 1999, VEJA voltou a falar do avanço devastador do comércio eletrônico, e citou a Amazon como exemplo do esforço das empresas virtuais para conquistar a confiança dos clientes. “Os consumidores virtuais brasileiros não são muito diferentes de seus colegas no resto do mundo. São desconfiados em geral sobre a segurança das páginas em que compram os produtos, fazem na primeira aquisição uma espécie de teste quanto à confiabilidade da loja na internet e são exigentes em relação à qualidade do que estão trazendo para casa.” Contra a desconfiança, cita a reportagem, a Amazon “é capaz de oferecer desconto de até 20% para os clientes que não receberem suas encomendas dentro do prazo estabelecido”.

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    O Brasil, até 2006, pelo menos, engatinhava nas vendas digitais e as potência mundiais no e-commerce por aqui não tinham grande influência. Mas algo estava para mudar. Na edição 1.984, de 29 de novembro daquele ano, VEJA apontou a recém-anunciada fusão da Americanas com a Submarino como a criação da “Amazon brasileira”.

    A contextualização dessa reportagem de 2006 é bem interessante: “No Brasil, o comércio eletrônico chegou tardiamente no fim da década de 90. Não faltaram razões – a renda achatada da classe média e pouca penetração da internet no país. Mas nos últimos dois anos a explosão do crédito e a popularização dos computadores elevaram em 145% as vendas on-line, que devem fechar o ano em 4,3 bilhões de reais. No despertar do comércio virtual, as duas maiores lojas do segmento no Brasil anunciaram a assinatura de um acordo com potencial de criar uma das cinco maiores lojas virtuais do mundo – em vendas e valor de mercado.”

    O texto dizia ainda que o “comércio on-line no Brasil saiu de 550 milhões de reais em 2001 para 4,3 bilhões de reais neste ano — um aumento de 681%”, mas isso representava apenas 2% das vendas do varejo. Nos EUA, essa modalidade já representava 6% do total.

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    Edição de 1999 explicava como o comércio digital buscava ganhar a confiança dos consumidores (Reprodução)

    Hoje em dia, voltando à edição da revista que está hoje nas bancas, esse porcentual é maior, apesar de crescer de forma lenta. “No Brasil, atualmente, as vendas pela internet não passam de 10% do comércio tradicional. Mas existem áreas nas quais a transição ocorre mais rapidamente, entre elas a venda de eletrodomésticos e eletrônicos.”

    Na edição 2.276, de 4 de julho de 2012, o e-commerce voltou a ser destaque em VEJA. Dessa vez, apresentando duas redes nacionais de sucesso, que apostavam na eficiência logística para cativar os consumidores, a Netshoes e a Dafiti. “Duas companhias brasileiras dedicadas exclusivamente à internet e sem ligação com as grandes redes de varejo entraram para o ranking das empresas de vendas on-line mais populares do país sem que a expansão de seus negócios tenha levado a uma queda na qualidade do serviço de entrega. Neste ano, a Netshoes, especializada em artigos esportivos, e a Dafiti, de roupas e acessórios, devem faturar 1 bilhão de reais cada uma, o que as posicionará atrás apenas dos gigantes B2W (que engloba a Americanas.com, o Submarino e o Shoptime) e Nova Pontocom (dos sites de Casas Bahia, Ponto Frio e Extra).”

    A justificativa para o avanço das duas empresas explica o sucesso de todo o e-commerce. Leia outros trechos:

    “A Netshoes e a Dafiti são os dois maiores expoentes do amadurecimento do comércio pela internet no Brasil. Além de não serem sites generalistas, nos quais se pode comprar de livros a produtos eletrônicos e pacotes de viagem, ambas as empresas nasceram com a plena convicção de ter na eficácia logística a receita para tornar fiéis seus clientes e fazer com que eles voltem. Outro ponto essencial da estratégia é facilitar a troca e a devolução dos produtos. Para elas, não é fundamental brigar pelos preços mais baixos. Os valores cobrados são similares aos das lojas de shopping.”

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