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Zé Dirceu tomando banho frio? Reclamem com os petistas José Eduardo Cardozo e Maria do Rosário!

Acho uma desnecessidade moral (embora haja razão técnica, já chego lá) preso tomar banho frio. Pra quê? Ninguém merece isso! Poucas coisas podem ser tão detestáveis. De resto, esse tratamento não corrige ninguém. Falo por mim. Um chuveiro frio desperta “meus instintos mais primitivos”, para lembrar frase com que Roberto Jefferson brindou José Dirceu — […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h58 - Publicado em 18 nov 2013, 06h45

banho frio

Acho uma desnecessidade moral (embora haja razão técnica, já chego lá) preso tomar banho frio. Pra quê? Ninguém merece isso! Poucas coisas podem ser tão detestáveis. De resto, esse tratamento não corrige ninguém. Falo por mim. Um chuveiro frio desperta “meus instintos mais primitivos”, para lembrar frase com que Roberto Jefferson brindou José Dirceu — no caso, o que acordava os tais instintos…

Existe um troço chamado Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Está subordinado ao Ministério da Justiça. O titular da pasta é José Eduardo Cardozo. Os petistas estão entrando no 12º ano de governo, não? Se achassem que os presos devem ter banho quente, já teriam tomado as devidas providências, não é mesmo?

E Maria do Rosário, este poema épico do humanismo nacional? Por que, até agora, não acusou esse tratamento desumano? Os que estão com pena de Dirceu e demais companheiros devem dirigir suas questões a esses dois luminares do petismo.

Existe, é claro, uma razão para que seja assim. Não é conveniente que presos tenham acesso a fios elétricos. Descartem-se, pois, chuveiros dessa natureza. Um sistema de caldeira, elétrico ou gás, suponho, seria estupidamente caro. De todo modo, eis uma questão com a qual, até agora, os brasileiros não haviam se defrontado. Como a Papuda recebeu moradores ilustres, então a questão surgiu.

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Há certo tipo de humanista no Brasil que deveria vir com uma tarja preta, advertindo que o consumo de suas ideias pode gerar graves perturbações psíquicas. Todo mundo sabe o que todo mundo sabe: os presídios brasileiros, com algumas exceções, são verdadeiros pardieiros. A tortura a presos políticos ainda é um tema quente e alimenta uma indústria bilionária de indenizações, mas quase nada se diz sobre a tortura a presos comuns, uma realidade cotidiana. Na verdade, até isso se politiza: atribui-se, o que é escandalosamente mentiroso, a prática a uma herança do… regime militar.

Os meliantes intelectuais que sustentam essa falácia não tiveram nem o trabalho de ler “Memórias do Cárcere”, obra estupenda, escrita por um comunista: Graciliano Ramos. Vejam lá as condições em que eram confinados tanto os presos comuns como os inimigos do regime getulista, durante o Estado Novo. Há muito tempo se tortura no Brasil. Mas só os presos com pedigree ideológico mobilizam os nossos sedizentes progressistas.

E o mesmo se diga de algo mais prosaico, muito menos agressivo: a água fria. Agora que os a Papuda recebeu os presos estrelados, a questão virou um tema nacional. Parecia razoável que o sujeito que bateu uma carteira tomasse um banho frio, mas há gente chocada que José Dirceu, que chefiou a quadrilha do mensalão, segundo o STF, seja submetido ao mesmo tratamento.

A República foi proclamada em 1889.

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