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Um intelectual sensível

Tá bom. Eu confesso. Não li nem jornal no Carnaval. Só hoje fiquei sabendo que Renato Janine Ribeiro, a versão sensível de Marilena Chaui, escreveu um texto no caderno Mais!, na Folha deste domingo, em que flerta com a pena de morte, revendo, ele nos adverte, opinião que expressara antes, contrário à tese, o que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h40 - Publicado em 21 fev 2007, 14h16
Tá bom. Eu confesso. Não li nem jornal no Carnaval. Só hoje fiquei sabendo que Renato Janine Ribeiro, a versão sensível de Marilena Chaui, escreveu um texto no caderno Mais!, na Folha deste domingo, em que flerta com a pena de morte, revendo, ele nos adverte, opinião que expressara antes, contrário à tese, o que também deixou registrado em texto. Janine é o produto mais bem acabado da burritsia petista (“burritsia” é a intelligentsia depois de devidamente reeducada pelo partido). Nunca foi idiota a ponto de se filiar ao PT.
Propagandista de sempre das teses de esquerda, gozando da aura de ser entre nós “especialista em iluminismo”, é advogado incansável de todas as teses politicamente corretas postas no mercado. Mas vocês sabem: quando a violência é oferecida no varejo, pega bem açoitar a classe média de sempre. O caso do menino João Hélio desafiou todos os códigos do decoro dos bem pensantes. Aí Janine ficou sem tese.
E faz o quê? Na prática, no melhor estilo Lula, diz que o que pensara antes era bravata. Não está bem certo, é verdade. Racionalmente, ele ainda tem dúvidas sobre a pena de morte. Mas, emocionalmente, está convulsionado. Já citei Ivan Lessa hoje. Lembro de novo. No idos de 70, fez uma frase mais ou menos assim: “Angústia existencial no interior da Paraíba, eles comem”. A tragédia brasileira parece existir para provocar crise de consciência nos nossos intelectuais. Só que a realidade já comeu as hesitações de Janine.
O país é um manicômio. Também intelectual. Se eu ou qualquer outro dos brasileiros tachados de representantes da “nova direita” defendêssemos num artigo a pena de morte, seríamos chamados de “fascistas” e “genocidas”. Mas não Janine. Afinal, é um intelectual da esquerda, com autoridade moral que precede, pois, qualquer conteúdo para defender não importa qual tese. Eu não duvido de que, no passado, tenha empregado todo o seu estoque de humanismo para atacar a pena de morte. O mesmo estoque que ele põe, agora, em favor da aplicação da pena. Faz sentido. Um pensador de esquerda tem autoridade para tratar da pena capital.
Em Dois Córregos, diz-se que o lobo troca de pêlo, mas não de vício. O mesmo digo de Janine. Ele, com efeito, começa a achar que a pena de morte pode ser justa — em tempo: vocês sabem que sou contrário à dita-cuja, mesmo para os facínoras. Seu artigo na Folha — e poderia ser diferente? — vem ancorado numa fraude intelectual. Para justificar a sua perplexidade, para encarecer a sua “sensibilidade” tão chocada com assassinato do menino João — tanto, que sua “razão” está prestes a mudar de idéia —, ele compara o episódio ao holocausto. Como pensador, precisa apelar a um fato sobre o qual a controvérsia é mínima, pondo-se, assim, acima das dissensões.
Janine integrou o triunvirato — junto com Chaui e Wanderley Guilherme dos Santos —que denunciou um suposto complô da mídia contra o PT durante o mensalão. Não sei se um dia fará autocrítica. Sei que pode pensar banalidades e ficar perplexo a custo zero. Já atacar a máfia do mensalão como pensador desassombrado talvez não pegasse tão bem para quem era e é diretor de avaliação da Fundação Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior). Um cargo de confiança. Da confiança de Lula.
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