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Um certo “Caso Alstom”

Tendo a ambição de me pautar — ou de achar que me deixo ser pautado por eles —, os petralhas insistem: “Não vai falar da Alstom? Não vai falar da Alstom?”. Já falei. Muitas vezes. Mas falo de novo. Por enquanto, é o caso mais misterioso e cheio de verbos no futuro do pretérito da […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h20 - Publicado em 20 jun 2008, 06h07
Tendo a ambição de me pautar — ou de achar que me deixo ser pautado por eles —, os petralhas insistem: “Não vai falar da Alstom? Não vai falar da Alstom?”. Já falei. Muitas vezes. Mas falo de novo. Por enquanto, é o caso mais misterioso e cheio de verbos no futuro do pretérito da história da corrupção ocidental. Além destes, há também muitos pronomes indefinidos e sujeitos e objetos sem nome.

Os promotores suíços teriam os documentos comprometendo os brasileiros; cópias teriam sido enviadas a promotores brasileiros, que vazam acusações para a imprensa sobre supostas autoridades do governo Covas que teriam recebido propina.

Na Folha de hoje, há uma reportagem a respeito. Reproduzo trecho:
Documentos de promotores da Suíça obtidos pela Folha apontam que a Alstom francesa acertou o pagamento em outubro de 1997 de um suborno de 7,5% a alguém ligado ao governo de São Paulo para obter um contrato de R$ 110 milhões da Eletropaulo. O percentual da propina corresponde a R$ 8,25 milhões.
O documento que cita o percentual do suborno é um memorando manuscrito em francês atribuído a dois executivos da Alstom, Bernard Metz e André Botto. O papel traz o timbre da Cegelec, empresa do grupo Alstom, e é datado de 21 de outubro de 1997.
Ontem, o jornal americano “The Wall Street Journal” revelou que os franceses da Alstom negociavam com um personagem misterioso chamado Claudio Mendes, apresentado em outro documento como “um intermediário com o G. [de governo, segundo os suíços] de SP”. Os suíços dizem não saber quem é Claudio Mendes -pode ser um pseudônimo.

Muito bem. E quem fala no “outro lado”? O hoje secretário de Subprefeituras de São Paulo, Andrea Matarazzo. Leiam um trecho: “o hoje secretário de Subprefeituras de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSDB), titular de Energia entre 28 de janeiro e 31 de julho de 1998, também nega ter mantido contato com pessoas supostamente envolvidas.

A cobertura deste assunto está virando um novo Dossiê Cayman: parte do jornalismo parece não se conformar que a coisa possa não existir. O que faz Matarazzo na reportagem? Nem era secretário de energia quando a propina teria sido acertada.

Tucanada mole
A tucanada é muito mole. Deixa-se enredar pela tramóia de adversários. Isso é histórico. A esta altura, o partido já deveria ter solicitado formalmente aos procuradores suíços e aos procuradores brasileiros que TORNEM PÚBLICOS TODOS OS DOCUMENTOS SOBRE ESSA HISTÓRIA.

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Daqui a pouco já ninguém mais se lembra da acusação original. E um certo “Caso Alstom” fica passeando pelo noticiário com acusações de suposta corrupção praticada por supostos intermediários do governo. Deve haver alguma maneira legal de fazer com que se saiba ao menos o que está sendo investigado e quem está sendo acusado de quê. Da forma como as coisas estão sendo noticiadas, estamos diante do tributo que o vício paga à virtude: “Vamos pegar no pé da tucanada para não parecer que perseguimos petistas”. Ademais, como o suposto caso também é um pouco velho, força-se a mão para tentar envolver o atual governo no suposto imbróglio.

O Dossiê Cayman durou bem, deixem-me ver, uns cinco anos. E tem gente que até hoje não se conforma que ele não tenha existido. Reitero: que os documentos venham à luz. Precisamos saber. E, definidas as acusações e os acusados, que se procedam aos devidos trâmites legais.

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