Serra defende saída de Cartaxo e corregedor da Receita
Por Daiene Cardoso, da Agência Estado: O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, defendeu nesta quarta-feira, 15, a demissão do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, e do corregedor-geral da instituição, Antonio Carlos Costa D”Ávila, pelos episódios de vazamento de dados fiscais sigilosos de contribuintes. O tucano afirmou que se estivesse no lugar do […]
Por Daiene Cardoso, da Agência Estado:
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, defendeu nesta quarta-feira, 15, a demissão do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, e do corregedor-geral da instituição, Antonio Carlos Costa D”Ávila, pelos episódios de vazamento de dados fiscais sigilosos de contribuintes. O tucano afirmou que se estivesse no lugar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já teria dispensado os dois por considerá-los responsáveis pela quebra de sigilo.
“Eu teria demitido o secretário e o corregedor da Receita. Eles são não só os responsáveis como também têm ocultado provas sistematicamente. Eu começaria por aí”, disse o tucano, durante gravação do programa Jogo do Poder, da Rede CNT. Ele acusou o governo de “passar a mão na cabeça” dos que cometem irregularidades e disse que a demissão da cúpula da Receita serviria de exemplo. Para o candidato, a instituição hoje sofre com “delinquência, corrupção e falta de firmeza”.
Durante o programa, Serra também criticou as medidas anunciadas ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de criar uma lista com os nomes de políticos que terão seus dados cadastrais mais protegidos do que os dos demais contribuintes. “É uma proteção vip. Ou protege todo mundo na sociedade, ou deixa todo mundo igual. Isso parece brincadeira, sinceramente”, afirmou.
O candidato considerou a medida uma “estratégia eleitoral” e acredita que a solução apresentada pelo governo é inconstitucional porque diferencia políticos dos demais cidadãos. “Todo mundo tem que ser igual perante a lei”, argumentou.
Serra lembrou que o escândalo surgiu com o vazamento dos dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e voltou a culpar a campanha à Presidência da petista Dilma Rousseff pelo episódio. “O ponto é: estava no comitê da Dilma. O resto é para distrair a atenção”, reforçou.
Questionado sobre sua queda nas pesquisas de intenção de voto, Serra argumentou que pesquisa é um retrato do momento e não “pré-votação”. “A eleição é uma partida jogada no dia. As pessoas não estão votando agora”, rebateu. O tucano admitiu que já espera uma “campanha dura” porque a candidatura da adversária petista “mistura governo, partido e muito recurso”.