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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Que se dane a verdade! Ganha quem tornar a sua versão mais influente!

Há exercícios que devemos fazer às vezes, não? Coloquem no lugar de Lula um outro político, qualquer um, de qualquer matiz ideológico. Agora imaginem este chefe de estado a subir num palanque para contar uma história escancaradamente mentirosa, a exemplo do que fez ontem o presidente que temos, ao relatar um diálogo que não existiu […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h26 - Publicado em 26 ago 2010, 18h58

Há exercícios que devemos fazer às vezes, não? Coloquem no lugar de Lula um outro político, qualquer um, de qualquer matiz ideológico. Agora imaginem este chefe de estado a subir num palanque para contar uma história escancaradamente mentirosa, a exemplo do que fez ontem o presidente que temos, ao relatar um diálogo que não existiu com o diretor de um jornal. Os testemunhos dos muitos presentes ao encontro desmoralizariam o político em questão. Não Lula. Contada a mentira em palanque, estamos agora diante de duas versões, entenderam? Há a versão do “lado”, e há a versão do “outro lado”. E a verdade? Qual verdade? Foi o que Lula fez ao longo de oito anos com o governo FHC e a oposição. Aliás, há hoje na Folha o texto de um jornalista que diz serem “reais” as conquistas que o PT exibe no horário eleitoral. Todas? Bem, o “outro lado” que se vire, não é mesmo? Aliás, quando o dilúvio se abateu sobre São Paulo, Serra foi transformado no “outro lado”, naquele que devia explicações. Como esquecer a minha Musa das Galochas?

Volto ao ponto. Não! Nenhum outro presidente teria tal licença. Sei que alguns poderiam dizer: “Mas Lula não ganhou essa condição por acaso; há causas que explicam”. Claro que há! Estamos de acordo que ele não manteria a imunidade que tem — ou inimputabilidade —  se seu governo fosse um desastre. A questão é saber se, por não ser um desastre e exibir aspectos virtuosos, o mandatário obtém, então, direitos especiais. Esse é o ponto que interessa ao regime democrático.

Há quatro dias, um outro arroubo do ministro Franklin Martins — aquele que fala da execução de um inocente às gargalhadas — passou como coisa normal do jogo político. Ele classificou de “uma besta”, nada menos do que isso, Índio da Costa, candidato a vice de Serra. Aconteceu no mesmo dia em que ele prometeu quebrar as pernas da imprensa. Em que outro governo um ministro da Comunicação Social, no exercício do cargo — ocupando, pois, uma função institucional — se dirigiria nesses termos a um político da oposição? Fora do período eleitoral, no passado, FHC referiu-se ao “nhenhenhém” de seus críticos, e aquilo virou um caso nacional, com severas reprimendas de colunistas indignados com o que foi considerado um “desrespeito com a oposição”.

Como foi que o governo Lula foi ganhando essas licenças e outras tantas? Bem, tenho tratado disso há pelo menos oito anos. Sobre os valores da esquerda que vão se tornando hegemônicos, há mais tempo do que isso. E certamente continuarei a escrever sobre o assunto nos anos vindouros. Na raiz desse desastre para a inteligência, está o desprestígio dos valores liberais e democráticos, que respondem, como evidencia a história, por tudo aquilo que a humanidade conquistou de melhor. Os petistas conseguiram contaminar as instituições com o seu “modelo alternativo” — em especial, contaminaram a imprensa, sim!

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A reação a esse descalabro das violações de sigilo é pálida, fraca, burocrática quase. Também em setores do jornalismo há a conversa mole de que tudo não passa de mera guerra eleitoral, como se as violações, PORQUE OCORREM EM PERÍODO ELEITORAL, não se revestissem de especial gravidade.

Alguns leitores, nos comentários, chegam a escrever, referindo-se ao jornalismo áulico, que ele acabará experimentando a mão pesada do PT. Pode ser. Mas considerem que muitos não sentirão esse peso; ao contrário até, haverá quem se sinta bastante confortável no seu trabalho de mero apparatchik do “Partido”.

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