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Proteus confirma que atacou policiais com estilete, mas… Ou: O que dirá agora a Frente Única de Difamação da Polícia? Ou ainda: Quando a Defensoria Pública, paga pelos paulistas, se desmoraliza

E agora? O que dirá a Frente Única de Desmoralização da Polícia, de que fazem parte setores da imprensa, do Ministério Público e da Defensoria? Fabrício Proteus Chaves foi ouvido ontem pela polícia. Felizmente, está fora de perigo. Tanto é assim que pôde dar seu depoimento. Vamos ver. Ele confirma que atacou os policiais com […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h34 - Publicado em 29 jan 2014, 03h53
Eis o mais novo símbolo da democracia, segundo a Frente Única de Difamação da Polícia

Eis o mais novo símbolo da democracia, segundo a Frente Única de Difamação da Polícia

E agora? O que dirá a Frente Única de Desmoralização da Polícia, de que fazem parte setores da imprensa, do Ministério Público e da Defensoria? Fabrício Proteus Chaves foi ouvido ontem pela polícia. Felizmente, está fora de perigo. Tanto é assim que pôde dar seu depoimento.

Vamos ver.

Ele confirma que atacou os policiais com um estilete. Até ontem à tarde, isso era tratado por setores da imprensa como conversa para boi dormir; coisa de policiais trogloditas, que vão às ruas para reprimir esses arautos alados da democracia.

Ele confirma que todos os artefatos da mochila (menos os explosivos) — típicos de quem vai para a rua para o confronto — também eram seus. Até ontem, a palavra do próprio secretário de Segurança, Fernando Grella, era vista com desconfiança. É claro que se pode duvidar de um secretário. Mas é preciso que haja motivos para isso.

A versão de Proteus é diferente da dos policiais num único particular. Ele diz que primeiro levou um tiro e só depois reagiu.

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Então ficamos assim: Proteus é um homem de 22 anos que portava uma arma branca — segundo a sua família, coisa de estoquista… Ele confirma que atacou mesmo o policial, mas só depois de levar um tiro. Proteus é o homem que, quando leva um tiro, avança sobre o outro com um estilete. Faz sentido? Talvez para a Frente Única de Difamação da Polícia, que forma uma sigla não muito eufônica.

Carlos Weis, da Defensoria Pública, acredita piamente. Tanto é assim que saiu do depoimento afirmando que o rapaz agiu em legítima defesa. A Defensoria Pública é sustentada pelos impostos dos paulistas que trabalham, não quebram nada nem tentam furar ninguém com um estilete.

Assim, caros leitores, descarte-se a história de que o policial que atirou é que o fez para se defender. Nada disso! Teria sido o contrário. Quem acredita? Do que a Defensoria Pública quer brincar? Que tal de “história da Carochinha”?

É estupefaciente que tenhamos de lidar com coisas assim. A versão de Proteus põe a gente para pensar, não é? Se, ferido com um tiro, ele ainda saca um estilete do bolso para atacar policiais, a gente se põe a pensar do que ele não é capaz quando está em ação, sem ferimento nenhum.

Ele nega que os explosivos também fossem seus. Estes pertenceriam a Marcos Solomão, que foi detido pelos policiais na rua da Consolação, junto com o próprio Proteus, que conseguiu escapar. Assumir que carrega explosivos sempre complica a situação de um réu — se é que ele vai virar um.

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Segundo os PMs, já ali, na primeira abordagem, ele os ameaçou com o estilete. Será que os policiais estão mentindo? Pois é… Será que Proteus só avança contra um policial com um estilete depois de levar um tiro?

Segundo o delegado titular do 4º DP (Consolação), José Gonzaga da Silva Marques, informa a Folha, os indícios apontam para uma reação de legítima defesa dos PMs. Fabrício responde a inquérito por desobediência, desacato e resistência.

Cesse tudo o que a antiga bibliografia cantava. O Brasil não precisa de Tocqueville. Precisa é de estilete. Não precisa de Congresso. Precisa é de estilete. Não precisa de Justiça. Precisa é de estilete.

O estilete é o mais novo instrumento de que dispõe a sociedade brasileira — que, como se sabe, vive debaixo de uma tirania — contra o estado e seu aparelho de repressão, as Polícias Militares.

Sinto vergonha até de reproduzir as palavras de alguns. E acho espantoso que não se envergonhem de pronunciá-las.

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