PF CONFIRMA – JORNALISTA LIGADO À PRÉ-CAMPANHA DE DILMA PAGOU POR VIOLAÇÃO DE SIGILOS
Por Leonardo Souza, na Folha: Investigação da Polícia Federal fez conexão entre a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato José Serra (PSDB) e o dossiê preparado pelo chamado “grupo de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). A PF já descobriu quem encomendou as informações: o jornalista Amaury Ribeiro Jr., ligado ao […]
Por Leonardo Souza, na Folha:
Investigação da Polícia Federal fez conexão entre a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato José Serra (PSDB) e o dossiê preparado pelo chamado “grupo de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). A PF já descobriu quem encomendou as informações: o jornalista Amaury Ribeiro Jr., ligado ao “grupo de inteligência”. Também identificou o homem que intermediou a compra dos dados obtidos ilegalmente em agências da Receita no Estado de São Paulo. Trata-se do despachante Dirceu Rodrigues Garcia.
O elo foi estabelecido a partir do levantamento de ligações entre o despachante e o jornalista revelado pelo cruzamento de extratos telefônicos obtidos pela PF com autorização judicial.
O uso de informações confidenciais de tucanos no dossiê petista foi revelado pela Folha em junho. Em depoimento à polícia neste mês, Garcia confirmou que Amaury pagou pelos dados da filha e do genro de Serra, Verônica e Alexandre Bourgeois, do dirigente tucano Eduardo Jorge e de outros integrantes do PSDB. O despachante disse ter recebido R$ 12 mil pelo trabalho. O “grupo de inteligência” era responsável pelo levantamento de informações e confecção de dossiês que pudessem ser usados na campanha contra os adversários.
Amaury até hoje negava que estivesse trabalhando para a campanha do PT. Mas ele participou de reunião da “equipe de inteligência” em 20 de abril deste ano, num restaurante de Brasília. Na época, o responsável pela comunicação da pré-campanha de Dilma era o jornalista Luiz Lanzetta, que participou do encontro. O flat em que Amaury estava hospedado em Brasília era pago pelo partido.
Desde que a existência do grupo foi revelada pela revista “Veja”, Amaury atribui a uma ala do PT o furto de informações de seu computador pessoal e o vazamento “por interesse político”.
Em um primeiro momento, o despachante Garcia afirmou à PF não ter envolvimento com o caso. Mas, confrontado com o histórico de telefonemas dele com Amaury, admitiu o pedido e a execução dos serviços. A investigação foi aberta a partir de reportagem da Folha revelando que cópias de cinco declarações de renda de Eduardo Jorge faziam parte do dossiê que circulava entre pessoas ligadas ao “grupo de inteligência”. Aqui