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Ou governador do Rio não sabe ler ou recorre à má-fé

Em entrevista à Folha, Pezão diz uma inverdade flagrante sobre a Constituição só para puxar o saco de Dilma. Infelizmente, não é corrigido

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h21 - Publicado em 8 mar 2016, 05h36
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  • Há entrevistados que são aloprados, como Gilberto Carvalho, que deu o ar da graça na Folha de segunda. E há os retardados, como Luiz Fernando Pezão, que fala ao jornal nesta terça.

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    Disse uma besteira fenomenal, não foi, infelizmente, corrigido pela Folha, e a besteira ainda foi parar no título. Reproduzo o trecho:

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    Como fica o PMDB agora?
    Acho que o Michel é a pessoa certa para fazer essa travessia. Para o PMDB ter candidato próprio em 2018, como sempre defendi. Não precisa ser ele, mas pode ser.
    Ele continua conspirando?
    Já passou esse momento. Se houver cassação, vai ser no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Aí cassa a chapa.
    Tem um pedido de impeachment no Congresso. Aí entra o Michel Temer…
    Você acha que vai cassar um e não cassar o outro?

    Duvido que eles deixem ficar o Michel. Aí vai ficar quem? O Eduardo Cunha?

    Comento
    Bem, lamento, em primeiro lugar, que a pergunta dê de barato que o vice-presidente é um conspirador. Se é, afronta a Constituição. Se afronta, tem de ser denunciado por quem fez a pergunta, com os indícios ao menos. Conspiração é crime.

    Agora a manifestação de ignorância ou de má-fé do governador, que resolveu chutar a Constituição com o seu pezão.

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    Leiam o Artigo 81 da Carta, escoltado por seu Parágrafo 1º:
    “Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
    § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

    Retomo
    A Folha dá “Erramos” para entrevistado, quando fala inverdades factuais e não é corrigido pelos entrevistadores?

    Notem: o impeachment de Dilma não implica o impedimento do vice. Ainda que este viesse a ser cassado pelo TSE, não é verdade que o presidente da Câmara assume o lugar. Se ocorrer a vacância também do vice nos dois primeiros anos, faz-se eleição direta em 90 dias; se nos dois anos finais, indireta em 30.

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    Pezão faz esse gênero ignorante-largadão, mas de bobo só tem o andado. Aliás, o seu amor por Dilma é apenas a aposta que faz a sua facção do PMDB do Rio de que vai conseguir controlar o partido e assumir um papel de protagonista num futuro arranjo.

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    Certamente não é dilmista por amor à eficiência da governanta. Entre os Estados, digamos, “ricos”, o Rio é o que está em piores condições, com seus doentes se arrastando como zumbis.

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    Pezão tinha fama de ser um bom gerentão. A população fluminense já sabe, a esta altura, que não é verdade.

    Agora ele resolveu ser também um pensador.

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    Em qualquer dos casos, é um pezão no traseiro do bom senso.

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