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O tamanho do Brasil: país está em 10º lugar no ranking do PIB, não em 6º. E caiu uma posição

Vocês já leram em todo lugar a notícia de que o Brasil subiu uma posição e agora está em sexto lugar entre as economias do mundo, segundo ranking do Banco Mundial. De acordo com o Bird, levando-se em conta a paridade do poder de compra, o chamado PPP, o Brasil responde por metade da economia […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 20h03 - Publicado em 18 dez 2007, 19h32
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  • Vocês já leram em todo lugar a notícia de que o Brasil subiu uma posição e agora está em sexto lugar entre as economias do mundo, segundo ranking do Banco Mundial. De acordo com o Bird, levando-se em conta a paridade do poder de compra, o chamado PPP, o Brasil responde por metade da economia da América do Sul, com o equivalente a 3% do Produto Interno Bruto. Estaríamos no mesmo patamar de Reino Unido, França, Rússia e Italia.

    A petralhada, em seu desassossego característico, pergunta-me se estou triste com a notícia. Eu? Segundo os iluminados, mais uma conquista de Lolovsky Apedeutakoba. Bem, eu já estava me preparando para iniciar um movimento de fechamento de fronteiras, sabe? Imaginem se ingleses e franceses, em fúria, resolvessem invadir o Brasil em busca do mesmo padrão de vida, mas com as nossas praias, o Pão de Açúcar, a tardinha que cai, o barquinho que vai, o nosso veneno sensual, o nosso charme moreno, a arquitetura de Niemeyer, a sua defesa das ditaduras comunistas? E se decidirem também vir em busca de nossos Voltaires, de nossos Lockes?

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    Vocês sabem, a minha primeira inclinação sempre é o nacionalismo, né? Liguei para o editor de economia da VEJA, Giuliano Guandalini, em busca de apoio para a minha causa. Ele estragou todo o “meu céu tem mais estrelas”. Ele desestimulou o “meu bosque tem mais flores”. Ele me passou alguns dados que me fizeram ver que as aves que aqui gorjeiam estão mais depenadas que as de lá. Estou arrasado.

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    O Banco Mundial resolveu empregar um critério de arredondamento — mesmo para a medição do PIB PPP, que é mais generoso com os países emergentes — que se usava antigamente nas escolas quando as notas eram dadas por números. Tudo o que estiver abaixo de meio ponto, eles arredondam para baixo; o que estiver acima, para cima. Assim, vejam só: segundo esse critério, o Brasil detém 2,88% do PIB mundial. Puxaram o número para cima: ficamos com 3%. O Reino Unido detém 3,46%: puxaram para baixo: ficou com 3% também.

    Eu não quero que vocês acreditem em mim. Quero que vocês acreditem nos números. A tabela está aqui, com os países agrupados por regiões. O PIB PPP é a terceira coluna. Vejam lá: Brasil: 2,88%; Reino Unido: 3,46%; França: 3,39%; Rússia: 3,09%; Itália: 2,96%. DE FATO, O BRASIL ESTÁ EM 10º LUGAR. Mas isso não é tudo: caiu uma posição.

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    Vejam só: em 2005, o PIB mundial, diz o Bird, foi de US$ 55 trilhões. Se o Brasil tem 2,88% desse valor, estamos falando de US$ 1,584 trilhão. Se fosse 3%, US$ 1,65 trilhão, o que implicaria produzir US$ 66 bilhões a mais. Se o Reino Unido detém 3,46 dos US$ 55 trilhões, seu PIB PPP é de US$ 1,903 trilhão. Para que o Brasil realmente estivesse em pé de igualdade com este país, teria de produzir US$ 319 bilhões a mais, um crescimento no PIB de imodestíssimos 20%. Ademais, quando se trata de verificar o PIB per capita, saibam que o Brasil está abaixo da média da América Latina e da média mundial.

    No mais, estou feliz como todo mundo, é claro (mais informações aqui).

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