O QUE REALMENTE PERSEGUE OS SARNEYS
(leia primeiro o post abaixo) O filho de Sarney entrou com o que configura, na prática, pedido de censura ao jornal O Estado de S. Paulo — e, na prática, de toda a imprensa —, mas Sarney diz em nota que não foi nem consultado, que é coisa do filho. Como se Fernando Sarney existisse […]
(leia primeiro o post abaixo)
O filho de Sarney entrou com o que configura, na prática, pedido de censura ao jornal O Estado de S. Paulo — e, na prática, de toda a imprensa —, mas Sarney diz em nota que não foi nem consultado, que é coisa do filho. Como se Fernando Sarney existisse como realidade independente. Não existe. Se é para arrumar emprego para o namorado da neta, Sarney é não só avisado como acionado. Se é para tratar da retransmissora da TV da família, idem. Já numa questão besta como essa — só censura à imprensa!!! —, bem, aí ele vem com a saída Lula: não foi consultado.
Não foi consultado, diz, mas, claro!, apóia o filho. Segundo os meus valores, se ele estiver falando a verdade, evidencia um caráter ainda pior do que se tivesse participado da decisão. Não deixa de ser de uma ousadia brucutu obter benefícios calando a imprensa; quem se aproveita dos efeitos benéficos da brutalidade sem nem se mobilizar para tanto acrescenta covardia à estupidez, não é? Mas darei uma colher de chá para Sarney: acho que ele sabia, sim…
Em sua nota, o presidente do Senado acusa perseguições e tal. Bobagem! Se há perseguição nessa história toda, é uma só. Já digo qual.
Essa família desmoraliza a tese de que fatores geográficos são determinantes ou, ao menos, fundamentais na pobreza de um povo. O Maranhão, oficialmente, fica no Nordeste, mas não tem semi-árido. Não há seca por lá. No Maranhão, quase se pode aplicar aquele clichê: em se plantando, tudo dá. E, no entanto, não dá.
O Estado, que não conta com aquela parcela de natureza agreste a que se atribui parte da pobreza do Nordeste, consegue ter o pior IDH do Brasil. E os Sarneys mandam por lá há mais de 40 anos. Isso significa que, para o Maranhão, os Sarneys são piores do que a seca. Além de deixar claro, evidentemente, que, não sendo a abundância de chuvas que faz a riqueza, também não é a falta dela que faz a pobreza.
O que empobrece ou enriquece os estados e os países são as decisões de governo.
Sabem o que persegue os Sarneys? O seu passado! E eles fazem de tudo para que o presente endosse a sua biografia política.