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Nobel da Paz fala besteira no Senado e agride a democracia brasileira

Militante argentino revela que a história pode fazer de um lobo um cordeiro, mas não muda sua essência

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h53 - Publicado em 28 abr 2016, 17h23

Alma golpista têm os petistas. Não são capazes de respeitar nem a instituição que lhes garante a legitimidade para falar e atuar, no Parlamento, como representantes do povo. Os petistas, eles sim, jamais aceitaram o resultado de eleições. A menos que as urnas se lhes mostrem favoráveis. Assim é em todas as esferas: municipal, estadual ou federal. Ou estão no comando ou optam pela sabotagem. E não foi diferente desta vez.

O arquiteto e escultor argentino Adolfo Pérez Esquivel, que se notabilizou por defender os direitos dos humanos de esquerda — inclusive o direito que estes teriam de matar inocentes —, está no Brasil. Veio se encontrar com Dilma Rousseff e foi convidado pelos petistas a falar no Senado Federal.

Disparou uma indignidade, que ofende também a Casa que o abrigou e agride a democracia brasileira. Disse:
“Venho aqui ao Brasil trazendo a solidariedade e o apoio de muita gente da América Latina e a minha pessoal [para] que se respeite a continuidade da Constituição e do direito do povo de viver em democracia (…). Creio que, neste momento, há grande dificuldades [advindas] de um possível golpe de estado. E já se utilizou esse mecanismo de funcionamento em outros países do continente, como Honduras e Paraguai”.

Esquivel está com 85 anos. Isso significa que um homem de 85 anos disse uma asneira consolidada, amadurecida pelo tempo.

Vamos ver como um esquerdista carnívoro entrou para a história como um vegetariano, embora não passe de um herbívoro.

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Uma breve memória: Esquivel ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1980. Sempre foi um notório militante de esquerda, mas se escondeu sob a proteção vigarista de “militante da paz”. Aliás, essa costuma ser a pele de cordeiro a que os lobos recorrem com mais frequência.

O povo argentino viveu, entre 1976 e 1983, a mais sangrenta ditadura militar de sua história. Entre mortos nas masmorras e desaparecidos, contam-se 30 mil pessoas. Para se ter uma ideia da violência: os mortos e desaparecidos do regime militar brasileiro somam 424, embora a população do país vizinho seja praticamente um quinto da nossa.

Ou por outra: a brutalidade e a insanidade do regime militar argentino conferiu a Esquivel uma santidade ideológica que ele nunca teve. Diante daquele regime gorila, qualquer um que a ele se opusesse poderia reivindicar sua cota de heroísmo e santidade, tanto mais Esquivel, associado a uma grande rede de solidariedade de entidades esquerdistas. Já volto ao dito-cujo.

Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM, reagiu: “Não podemos ser surpreendidos com essas montagens, não foi por acaso que esse senhor veio aqui fazer esse pronunciamento. Isso é uma estratégia que esse plenário não admite. Essa situação é inaceitável. Nunca vi, com 22 anos de Congresso Nacional, as autoridades que nos visitam, sem ter o consentimento de todos os líderes, usarem o microfone para fazer pronunciamento”.

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Até o petista Paulo Paim (RS), que presidia a sessão, concordou com a retirada da palavra “golpe”. “Em nenhum instante, o regimento autoriza que a sessão do Senado possa ser interrompida para conceder a palavra a um não senador”, lembrou Cássio Cunha Lima (PB), líder do PSDB.

Em suma, tratava-se de um golpe no Regimento e na própria instituição: “Entendo que isso cause urticária naqueles que são oposição”, afirmou cinicamente Humberto Costa (PE), líder do governo no Senado. Disse, por sua vez, o tucano Aloysio Nunes Ferreira (PSDB): “Esquivel entrou aqui iludido, não sabia das regras do regimento interno, expressou sua opinião. E eu lamento que ele tenha sido levado a isto por colegas nossos: foi uma esparrela que lhe montaram e submeteram o Pérez Esquivel a esse constrangimento”.

Será mesmo?
Não acredito na inocência de Esquivel. Este senhor é um defensor ferrenho da ditadura bolivariana da Venezuela. Quando o regime estava matando pessoas nas ruas, preferiu atacar os EUA. Quando Mauricio Macri foi eleito e aventou a hipótese de usar a “cláusula democrática” do Tratado do Mercosul para punir a Venezuela por suas agressões aos direitos humanos, o que fez o falso “bom velhinho”? Escreveu um carta esculhambando Macri e defendendo Nicolás Maduro.

Esquivel tem se calado sistematicamente sobre as óbvias violências praticadas pelos regimes bolivarianos da América Latina, mas não se constrangeu em enviar a Obama uma carta, pouco antes de sua viagem à Argentina, acusando os EUA de violar sistematicamente os direitos humanos.

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Ganhou o Prêmio Nobel da Paz por defender os direitos humanos. A realidade demonstra que tal prêmio tem de ser cassado. Esquivel é um defensor dos direitos que teriam os humanos de esquerda de transgredir as leis, inclusive as democráticas.

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