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Ministério da Saúde: tarja preta!

Se o Ministério da Saúde fosse remédio, seria tarja preta. Fosse filme, entraria naquela categoria cheia de “x”, impróprio para menores, de sei lá, 35 anos talvez… É um acinte que a pasta mais diretamente ligada à vida dos pobres, dos que mais sofrem, seja objeto de uma luta política cruenta. Entende-se o motivo: é […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h11 - Publicado em 11 jan 2011, 04h21

Se o Ministério da Saúde fosse remédio, seria tarja preta. Fosse filme, entraria naquela categoria cheia de “x”, impróprio para menores, de sei lá, 35 anos talvez… É um acinte que a pasta mais diretamente ligada à vida dos pobres, dos que mais sofrem, seja objeto de uma luta política cruenta. Entende-se o motivo: é o maior orçamento da Esplanada – apesar dos serviços pífios que oferece. Pouco importa! A dinheirama corre solta.

O PT surrupiou a pasta do PMDB. Para fazer melhor ou para fazer pior? Vamos ver. Piorar é difícil. José Gomes Temporão, o ex-ministro, era dono de uma incompetência enfatuada, mas muito influente e soberba. Peixinho de Sérgio Cabral, governador do Rio, que tem boa “presença na mídia”, o ex-ministro conseguiu esconder a sua espantosa ineficiência com um discurso bem-arranjadinho, que seduzia alguns “progressistas”. Defensor virulento da descriminação do aborto, por exemplo, sua “ousadia” servia para disfarçar a indigência da pasta.

Agora o manda-chuva da área é o lulista Alexandre Padilha, médico de formação, ex-ministro das Relações Institucionais. Já começou a desalojar os peemedebistas para pôr no lugar os petistas. Nomeou nesta segunda Jarbas Barbosa para a Secretaria de Vigilância da Saúde. O escolhido é ligado ao senador eleito Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro que não deixou saudades. Na semana passada, já havia apeado o titular da Secretaria de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, substituído pelo petista mineiro Helvécio Martins. O PMDB não gostou.

“Isso não é crise. Crise seria se tivessem nomeado alguém para a Funasa (Fundação Nacional de Saúde)”, disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo informa o Estadão Online. O atual presidente da fundação, Faustino Lins, é da turma do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), parceiro de patriotismo de Cunha. Além da vontade de ajudar o próximo, tantos querem a Funasa por causa de um orçamento de imodestos R$ 5 bilhões – e mais R$ 1 bilhão para investir em saneamento nos rincões do país.

O PT até já tem um nome para cuidar da Funasa. Trata-se do empreiteiro Gilson de Carvalho Queiroz Filho, presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG). Sei! Sua empresa já trabalhou para o órgão que ele pode dirigir, e o TCU andou enroscando com a prestação de contas. É claro que são os próprios peemedebistas a vazar dados que complicam a vida de seus companheiros petistas. Assim é essa aliança!

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Os peemedebistas fizeram valer seus instrumentos de “convencimento”. O partido ameaçou votar a favor de um mínimo maior do que os R$ 540 pretendidos pelo governo (negociáveis hoje a R$ 550 pelo menos) caso Padilha metesse o pé na porta da Funasa. Ele se conteve.

A saúde foi um tema central na campanha de 2010, pauta principal, como ficou óbvio, do então candidato da oposição à Presidência, José Serra. Para rivalizar com seu oponente, Dilma prometeu mundos e fundos – algumas propostas foram simplesmente coladas do adversário -, anunciando uma verdadeira revolução no setor.

Por enquanto, o povo que se dane nas filas do SUS. Petistas e peemedebistas fazem fila pelos bilhões do Ministério da Saúde. Mas Dilma, pessoal, segue firme, austera, serena, silenciosa, madura, pontual, objetiva e independente. A sensação é a de que o governo nem mesmo existe.

Na Saúde, isso é uma verdade dramática.

Texto originalmente pubicadom às 23h37 desta segunda
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