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Médicos marcam paralisação; é tudo aquilo de que Dilma e a campanha eleitoral de Padilha precisam. Ou: Como não cair na armadilha

Como sabem os doutores, pode haver na imprensa quem bata tão duro no programa “Mais Médicos” quanto este escriba; mais duro, convenham, é difícil. Compreendo a razão da mobilização da categoria e afirmo, sem medo de errar, que o governo federal está demonizando os profissionais. Dilma deixou isso muito claro na entrevista que concedeu a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h15 - Publicado em 4 out 2013, 17h11

Como sabem os doutores, pode haver na imprensa quem bata tão duro no programa “Mais Médicos” quanto este escriba; mais duro, convenham, é difícil. Compreendo a razão da mobilização da categoria e afirmo, sem medo de errar, que o governo federal está demonizando os profissionais. Dilma deixou isso muito claro na entrevista que concedeu a rádios do Rio Grande do Norte, quando acusou os médicos brasileiros de não tocar nos pacientes. Segundo a governanta, estes querem ser “apalpados”. Então tá.

Assim, a mobilização contra o programa é compreensível e necessária. Até porque o governo tem sido notavelmente truculento. Mas é preciso tomar cuidado. Leio na VEJA.com, conforme segue, que a categoria decretou uma paralisação de um dia. É um erro. Leiam primeiro o texto. Volto em seguida.
*
Médicos de todo o país planejam uma paralisação nacional na terça-feira, 8 de outubro. O anúncio foi feito nesta sexta-feira pelo presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira. Segundo ele, a greve deve suspender os atendimentos ao Sistema Único de Saúde (SUS), aos convênios médicos e até mesmo a consultas particulares. Serão mantidos apenas atendimentos de urgência e emergência.

Os médicos protestam contra o texto final da medida provisória 621 (MP dos Médicos), aprovado na última terça-feira por uma comissão especial do Congresso. A nova redação retira dos Conselhos Regionais de Medicina a prerrogativa de emitir o registro provisório para os médicos do programa – a atribuição passou a ser do Ministério da Saúde. Segundo a Fenam, o programa federal Mais Médicos possui sucessivos equívocos e coloca em risco a segurança do atendimento à população.

A terça-feira foi escolhida por ser o dia da primeira votação do texto final da MP na Câmara dos Deputados. O relatório precisa ser votado na Câmara e no Senado até 5 de novembro para não perder a validade. O texto final da MP deixou de fora as principais reivindicações da categoria médica, como a exigência da revalidação do diploma dos médicos graduados no exterior. Além disso, o Congresso aprovou a inclusão de uma medida que torna o Ministério da Saúde responsável pela emissão dos registros provisórios dos médicos estrangeiros — antes, a função cabia aos Conselhos Regionais de Medicina.

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Paralisar o atendimento, acreditem, doutores, corresponde a cair numa armadilha. Atentem para o noticiário da imprensa adesista (incluindo TV): estão brincando de arranca-rabo de classes, opondo, de um lado, os pobrezinhos desassistidos e, do outro, profissionais insensíveis, que não dariam a mínima para os pacientes. Greve de servidores de saúde têm sempre como a primeira vítima os doentes. Trata-se de um monumental tiro no pé.

Tudo o que Dilma e o ministro Alexandre Padilha querem é, de um lado, imagens de postos de atendimento do SUS lotados de pobres desassistidos e, de outro, dedicados apalpadores cubanos, a cuidar dos pacientes e a discursar sobre o sentido de missão da profissão. Já há shows da TV, fingindo-se de jornalismo, em que os pobres aplaudem e gritam “vivas!” quando chega um doutor. Qualquer semelhança com a campanha eleitoral de Padilha não é mera coincidência.

A paralisação é um erro. Caso seja mantida, a demonstração de descontentamento deveria se precaver da acusação de negligência e descaso, que fatalmente será feita pelo governo federal. Aproveitem, então, o dia para ir para as praças e avenidas para verificar a pressão arterial do povo, apalpar (como quer Dilma) abdômenes e pescoços em busca de massas atípicas etc. A pura e simples paralisação é tudo aquilo de que Dilma e Padilha precisam para provar que estão certos.

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