Renato Janine Ribeiro é um “intelectual”. Onde houver uma causa com cheiro de progressismo, lá está ele. É a versão “sensível” de Marilena Chaui. Sempre que possível, lembra que não é filiado ao PT, como se fosse preciso ter carteirinha. Embora ninguém seja mais petista do que ele. E daqueles graúdos. É Diretor de Avaliação da Fundação Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior), o que lhe confere poder extraordinário. A academia, no Brasil, é quase uma reserva de mercado ideológica do petismo. Ali não tem conversa: não rezou segundo a cartilha, tá fora, tem bolsa cortada, vai para o fim da fila. Janine integra a linha de frente dos “intelectuais” que acreditam que “a direita” está mobilizada contra este exemplo de moralidade que é o governo Lula. Costuma dar cursos livres sobre assuntos livres para atiradores também livres na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapé. Desde que garantido o leite das crianças. É um defensor empedernido das cotas raciais na universidade e acredita que quem é contra padece de um mal congênito: conservadorismo. Fiquei satisfeito hoje quando vi seu nomezinho do Painel do Leitor da Folha defendendo os “depoimentos” ao fim da novela Páginas da Vida. Não fosse o poder que detém na burocracia, teria finalmente encontrado o seu lugar: comentarista de novela. Grande destino: da revolução socialista da sensibilidade à disputa por espaço no Painel do Leitor. Ele deveria se oferecer a Manoel Carlos para prestar um “depoimento”: como dizer bobagens aos montes afetando, a um só tempo, gravidade e leveza. Mas com muuuuuuita sensibilidade…