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Homem do esquema de Eduardo Campos e um estranho jeito de morrer: veneno de rato

O resultado dos exames só faz aumentar a estranheza; trata-se de uma escolha particularmente lenta e dolorosa

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h22 - Publicado em 30 jun 2016, 22h28

Xiii…

É estranho para dizer pouco. Paulo César Morato, empresário investigado pela Operação Turbulência que apareceu morto no dia 22, no motel Tititi, em Olinda, morreu envenenado. Ele ingeriu a substância organofosforado, um dos venenos vendidos na forma granulada e que são conhecidos como “chumbinho”. Originalmente um pesticida agrícola, costuma ser empregado para eliminar ratos.

Até esta quinta, a única coisa que se sabia é que Morato aparecera morto no motel, mas não se conhecia a causa. É evidente que a coisa tem lá a sua estranheza. Façam como fiz. Pesquisem a respeito dos efeitos da ingestão do veneno. Por maior que seja a quantidade, a morte é lenta quando comparada, por exemplo, a um tiro.

É evidente que não se pode cassar de alguém que tenha decidido pôr fim à própria vida o direito de escolher de que maneira o fará, mas tendemos a achar que uma pessoa determinada vá escolher o caminho mais curto, não o mais lento e doloroso.

É claro que volta a crescer a suspeita de homicídio — vale dizer: Morato teria sido envenenado em vez de se envenenar —, ainda que, segundo as investigações, ele já tivesse tentando o suicídio ao menos uma vez. O advogado do motel diz que ele entrou sozinho no quarto.

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Quando foi encontrado morto, Morato era o único foragido da Operação Turbulência, que investiga uma megaesquema de desvio e lavagem de dinheiro público que pode ter movimentado R$ 600 milhões.

Segundo a Polícia Federal, o chefe do grupo era João Carlos Lyra Pessoa de Melo, apontado como o caixa informal das campanhas de Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato do PSB à Presidência em 2014. Ele morreu num acidente aéreo no dia 13 de agosto de 2014.

A Operação Turbulência foi criada a partir de dúvidas que surgiram sobre quem era, afinal, o dono da aeronave. Ela pertencia a Lyra, mas, segundo as investigações, teria sido comprada com dinheiro transferido de uma empresa fantasma de Morato, a Terraplenagem Câmara & Vasconcelos. Tal empresa, por sua vez, recebeu R$ 18,8 milhões da OAS por obras na transposição do São Francisco que nunca teriam sido executadas.

Esse dinheiro teria sido transferido a Lyra, que, então, comprou o avião, também por intermédio de uma empresa fantasma.

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A Polícia Federal e o Ministério Público já não têm duvida de que os homens presos na Operação Turbulência faziam parte do esquema de financiamento irregular de campanhas de Eduardo Campos.

Morato era considerado uma espécie de homem-chave no esquema. Mas não vai poder colaborar, não é? Afinal, quem ingere veneno de rato geralmente não fala mais.

É claro que essa história cheia muito mal. E não é menos evidente, a esta altura, que Campos só não é umas das estrelas da política brasileira em apuros porque o acidente com o avião o matou. Avião que deu início à Operação Turbulência.

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