Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, tem razão. O caso da mentira que seu programa levou ao ar — o homem que estaria esperando há dois anos por uma cirurgia de catarata — é o evento mais grave da campanha eleitoral até agora em São Paulo.
É grave porque se nota que o partido não tem mesmo escrúpulo. Se preciso, mente, trapaceia, mistifica. É grave porque conta com o auxílio de setores da imprensa em defesa da mentira. Ao restituir a verdade — procurada, diga-se, pela reportagem do Estadão —, a Secretaria de Saúde foi acusada de quebrar o sigilo do prontuário médico.
Ou por outra: um setor do jornalismo e o candidato petista adotam a mentira como norte ético. Nunca vi nada assim.
Escândalo, convenham, é que a desgraça alheia seja explorada no horário eleitoral da TV e de forma deslavadamente mentirosa. De agora em diante, a campanha do PT está livre para mentir sobre o que bem entender. Agressão grave passou a ser a verdade.