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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Dilma quer arrombar os cofres de São Paulo, Minas e Paraná com o seu “populismo elétrico”, e boa parte da imprensa lhe serve de porta-voz! É o fim da picada!

Dilma Rousseff, sedizente especialista em energia, juntou seus mágicos em torno do caldeirão e inventou um modelo de intervenção no setor elétrico que resultaria numa queda de 20% no valor das tarifas. A Soberana foi à TV e anunciou a novidade à tigrada.  O dado nada irrelevante, nesse caso, é que a presidente deveria ter […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h17 - Publicado em 5 dez 2012, 04h43

Dilma Rousseff, sedizente especialista em energia, juntou seus mágicos em torno do caldeirão e inventou um modelo de intervenção no setor elétrico que resultaria numa queda de 20% no valor das tarifas. A Soberana foi à TV e anunciou a novidade à tigrada.  O dado nada irrelevante, nesse caso, é que a presidente deveria ter negociado o seu pacote com geradoras estaduais de energia, como Cesp (São Paulo), Cemig (Minas) e Copel (Paraná). Eu sei que não parece, mas ainda estamos numa federação. Não houve negociação. A “especialista” Dilma não quis conversar com ninguém.

Essas empresas negociam ações na Bolsa de Valores;  têm investidores. Só isso recomendaria cuidado. Os maiores acionistas são os respectivos governos estaduais. O prejuízo que seria imposto à CESP, por exemplo, seria gigantesco: da ordem de R$ 5 bilhões. Há mais: o faturamento da empresa despencaria e seria inferior a seu custo operacional. As três empresas não aderiram ao programa. A redução de tarifa tende a ficar abaixo dos 20% (pode ficar em 16,7%), e o governo federal, sob o silêncio cúmplice de boa parte da imprensa, já encontrou os culpados: os respectivos governos tucanos de São Paulo, Minas e Paraná. Não por acaso, as ações da CESP, que haviam despencado quase 40%, a exemplo do que aconteceu com as demais elétricas, subiu mais de 9% diante da recusa.

Atenção! As contas feitas pela CESP são matemática, não feitiçaria. O governo federal não tem o direito legal – como está óbvio – de impor uma solução. É um disparate que Dilma tenha ido à TV, como se fosse a Kim Jong-un (aquele ser estranho que governa a Coreia do Norte) do setor, anunciar seu populismo elétrico com o chapéu alheio. Com que então, para baratear a energia, o governo federal decide quebrar três empresas e mandar o espeto para os governos estaduais – curiosamente, ou nem tanto, geridos por um partido de oposição!? A determinação do governo petista de explodir São Paulo chega a ser comovente pela obsessão.

O secretário executivo de Minas e Energia, Márcio Zimmerman, numa fala espetacular pela delinquência intelectual e política que revela, resolveu fazer política partidária aberta, arreganhada: “A decisão dessas empresas, principalmente as companhias de São Paulo e Minas Gerais, de não renovar seus contratos sob novas bases, é a causa de, hoje, não podermos anunciar o corte na conta de luz pretendido pelo governo federal”. Não se deu por satisfeito: “Essas companhias privilegiaram seus acionistas, e não a população brasileira”.

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É estupefaciente! A melhor maneira que empresas têm de cuidar do povo brasileiro, enquanto empresas, é, sim, cuidar dos interesses de seus acionistas. Essa oposição é coisa de vigaristas. Se as geradoras estaduais de energia quebram – como parece ser a proposta de Zimmerman e Dilma –, quem vai pagar o pato é Tesouro dos respectivos estados e, por consequência, a sua população.

Isso já é campanha eleitoral antecipada. O petismo já anuncia uma das “pegadas” da campanha de 2014: “tucanos impediram a queda da tarifa de energia elétrica”. Até uma parcela de mineiros, paulistas e paranaenses, que seriam, indiretamente roubados pelo projeto do governo federal, tenderá a acreditar na mentira.

Até outro dia – o primeiro mandato de Lula –, esse tipo de procedimento contaria com o repúdio quase unânime da imprensa. Mas houve mudanças importantes em vários veículos de comunicação, que resolveram cair de boca no populismo – e não só o elétrico. Não sei, não… Tenho a impressão de que, hoje em dia, o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal correriam riscos… Leiam o noticiário: as evidências – matemáticas, reitero – de que a CESP, por exemplo, quebraria são tratados apenas como versão de um dos lados. Contabilidade virou agora matéria de mera opinião! O que foi parar nas manchetes é mesmo a acusação feita pelo governo federal.

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E se essas empresas topassem e fossem para o buraco? Ora, nesse caso, bastaria acusar a incúria dos governos tucanos na gestão do setor, não é mesmo?

Mas que fique a lição ensinada por Zimmerman: empresas que pensam em seus acionistas devem ser satanizadas, levadas ao paredão, desmoralizadas. Seu papel é quebrar para que Dilma possa impor suas generosidades.

Para encerrar
Quando ministra das Minas e Energia, depois da Casa Civil e posteriormente candidata, Dilma parecia ter a receita mágica para o setor elétrico. Falou-se muito e se fez muito pouco. A sua grande ideia para a área, vê-se agora, era quebrar três geradoras estaduais de energia e, por meio de Zimmerman, fazer proselitismo político da pior espécie.

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As três empresas deveriam se cotizar para comprar tempo na televisão, em horário nobre, informando, com todas as letras, o que de fato está em curso. Se continuarem no meio do ringue, tomando porrada, ainda acabarão sendo consideradas as culpadas pela lambança que o governo federal está fazendo no setor.

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