Criação de empregos formais é a pior em dez anos
Por Marcela Mattos, na VEJA.com: O Brasil criou 1,1 milhão de empregos com carteira assinada em 2013, o pior resultado em dez anos – em 2003, foram criadas 821.704 vagas formais. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta terça-feira, o número representa queda de 14,1% em relação a 2012, […]
Por Marcela Mattos, na VEJA.com:
O Brasil criou 1,1 milhão de empregos com carteira assinada em 2013, o pior resultado em dez anos – em 2003, foram criadas 821.704 vagas formais. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta terça-feira, o número representa queda de 14,1% em relação a 2012, quando foram criadas 1,3 milhão de vagas.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, creditou os resultados à conjuntura mundial: “Ao todo, foram fechados 62 milhões de postos no mundo inteiro em 2013, e a previsão é que até 2018 tenhamos 200 milhões de trabalhadores desempregados no mundo. Não estamos conseguindo, ainda, o milagre de não ser afetado pela onda de desemprego”, afirmou.
Para tentar justificar o fraco desempenho no mercado de trabalho, o ministro também culpa o baixo desempenho da economia do país. “Tivemos um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) que não foi alto. A geração de emprego não poderia contrariar a nossa realidade, mas, mesmo assim, crescemos acima do esperado.”
Mesmo com o enfraquecimento no ritmo de criação de vagas, Manoel Dias mantém o otimisto e projeta para este ano um avanço na criação de empregos. Segundo ele, o Brasil deve criar entre 1,4 milhão e 1,5 milhão de vagas formais de trabalho em 2014. A expectativa do governo é que seja mantida a tendência dos últimos cinco meses de 2013, quando foi registrado avanço em relação a igual período de 2012.
Setores
O setor de serviços, de acordo com o Ministério do Trabalho, liderou a criação de empregos formais em 2013: ao todo, foram criados 546.917 novos postos. O setor de comércio está logo abaixo no ranking, com 301.095 novos empregos, seguido pela indústria de transformação (126.359 novas vagas) e pela construção civil (107.024). O levantamento aponta ainda um aumento de 2,59% no valor dos salários médios de admissão. Quando analisados em relação ao gênero, os homens continuam em posição de vantagem: obtiveram aumento real do salário médio de admissão de 2,76%, ante 2,46% das mulheres.
O Sudeste destacou-se como a região que apresentou maior taxa na criação de empregos: 476.495. Este número, porém, é menor do que o de 2012, quando foram contabilizadas 655.282 novas vagas. Em seguida está a região Sul, com 257.275 novos trabalhadores atuando com a carteira assinada – um aumento de cerca de 23.000 novos postos em comparação ao ano anterior.