O Tribunal Regional Eleitoral suspendeu o tal programa Cimento Social do autoproclamado “bispo” Crivella (PRB-RJ). Nota: perguntaram-me outro dia por que chamo certas “autoridades” religiosas de “autoproclamadas”. Em razão do óbvio, né? Não posso aceitar, em linguagem denotativa, uma hierarquia religiosa inventada pelos próprios hierarcas. Quem puxa a orelha de Edir Macedo quando é necessário? Dia desses, ele usou o
Eclesiastes para defender o aborto. Quem vai botá-lo de castigo por ter dito tamanha besteira? Ninguém. Ele é o dono da seita. Então é “autoproclamado”. Ademais, desconfio da seriedade teológica de igrejas mais novas do que o meu uísque (bebido legalmente, já que não dirijo – ou puxo – nem carroça…). Tenho o direito de desconfiar. E não vai preconceito antievangélico: os ramos do catolicismo que confundem missa com forró do Senhor provocam em mim igual desconfiança. Tenho também o direito de achar que a circunspecção da fé é incompatível com traseiros balançando, ainda que essa fé possa ser vívida e nada lúgubre. Já me desviei. De volta ao caminho.
Querem saber o que acho da proibição da continuidade da obra. Acho que já vem tarde. O conjunto todo era um absurdo só. Do dinheiro liberado para a ação eleitoreira — devidamente explorada pelo “bispo” candidato — à idéia de que o Exército deveria funcionar como segurança dos pedreiros.
Mas isso não quer dizer que não se tenham dito toneladas de bobagem sobre a atuação do Exército como força auxiliar na garantia da Segurança Pública. Tratarei do assunto no próximo post.