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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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As peripécias de um valente

Paulo Henrique Amorim, cada vez mais notório não exatamente por causa do jornalismo, acusa a existência de uma certa mídia golpista. Na juventude, tinha o apelido de “Paco Maluco”, fazendo a mímica do radical de esquerda. Depois virou um “moço de respeito” e assumiu, nos anos 80, aquele ar de carregador de pasta de banqueiro. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 20h12 - Publicado em 12 nov 2007, 17h28
Paulo Henrique Amorim, cada vez mais notório não exatamente por causa do jornalismo, acusa a existência de uma certa mídia golpista. Na juventude, tinha o apelido de “Paco Maluco”, fazendo a mímica do radical de esquerda. Depois virou um “moço de respeito” e assumiu, nos anos 80, aquele ar de carregador de pasta de banqueiro. Sobre ele e os banqueiros, Paulo Francis dizia outra coisa, que não posso reproduzir aqui. Hoje, tornou-se um bolivariano e adversário do que chama “mídia golpista”. Quem lê agora o seu devotado amor ao presidente Lula não ligaria a obra à pessoa. Explico-me citando trecho de uma coluna de Monica Bérgamo, na Folha, em 2002. Leiam (em azul).

Bateu, levou
A presença de Lula, do PT, no debate da TV Bandeirantes foi antecedida por uma tensa negociação. Desde 98, Lula processa a emissora por reportagens sobre a compra de seu apartamento em São Bernardo.
Ao receber convite para o debate, Lula exigiu: só pisaria na emissora se houvesse retratação. (…) E, numa carta pessoal a Lula, Johnny Saad, presidente da TV, fez elogios ao “maior líder de oposição da história de nosso país”, garantindo que, em matérias de um dos programas da emissora, o público notaria “o respeito e o carinho” que a Band tem pelo petista.

De quem era a reportagem que acusava Lula? Bidu! De Paulo Henrique Amorim, que estava na Band em 1998 — em 2002, já havia sido demitido. Numa reportagem de 14 de agosto de 1998, assim a Folha se referia à matéria de Paulo Henrique Amorim (em azul)

Reportagem exibida anteontem pelo Jornal da Band, da Rede Bandeirantes, mostrou cheque depositado pelo advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, na conta do petista no valor de R$ 10 mil. Segundo a emissora, o cheque seria “resultado de uma transação suspeita que envolve Teixeira, empresários e o então prefeito petista de São Bernardo”.O cheque poderia “estar na origem do apartamento que o candidato petista comprou e para onde se muda daqui a alguns dias”, conforme a Bandeirantes. Foi depositado em julho de 95, no mesmo período em que Lula comprou seu apartamento.CustoA reportagem da Bandeirantes afirma que “Lula pagou pouco pelo imóvel porque ele foi construído por uma construtora que tem relações íntimas com Roberto Teixeira”.A construtora Dalmiro Lorenzoni teria se beneficiado pela suspensão de processo de desapropriação de um terreno pela Prefeitura de São Bernardo, então administrada pelo PT (veja quadro nesta página).Lula acusou a Rede Bandeirantes de estar a “serviço de outra candidatura”. “A matéria da Bandeirantes é o samba do crioulo doido. Onde querem chegar? Querem a vinculação de um cheque depositado na minha conta quando todo mundo sabe que vendi um carro Omega em quatro parcelas de R$ 10 mil”, disse Lula (a íntegra da reportagem da Folha está aqui).

Em 1997, diga-se, Paulo Henrique estreou seu jornal na Band (clique aqui) com uma entrevista do então presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem tratou com a mesma severidade usada para entrevistar o agora seu patrão, o “bispo” Edir Macedo.

O conjunto da obra expõe, na prática, a razão de eu ter me negado a falar com a Folha na sua reportagem sobre blogs. Eu não sou o “outro lado” de alguém que faz escarcéu por causa de uma história atrapalhada de R$ 10 mil, mas acusa a mídia de “golpista” quando ela noticia o mensalão — sempre considerando, claro, que, em 1998, Lula estava na oposição e, hoje, é o poderoso da hora. Não falei porque sabia que eu seria usado como a “outra ponta” de Paulo Henrique. E eu não sou. São profissões diferentes.

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