Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

A espantosa irresponsabilidade dos que confundem direito com militância

Ouvi há pouco no Jornal Nacional que os advogados dos manifestantes — quem contrata quem nesse caso? — que representavam Fabrício Proteus Chaves, o rapaz baleado por PMs depois de resistir à prisão e ameaçá-los com um estilete, foram destituídos pela família. Proteus passará a ser defendido apenas pela Defensoria Pública. O rapaz prestou depoimento […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h33 - Publicado em 29 jan 2014, 21h34

Ouvi há pouco no Jornal Nacional que os advogados dos manifestantes — quem contrata quem nesse caso? — que representavam Fabrício Proteus Chaves, o rapaz baleado por PMs depois de resistir à prisão e ameaçá-los com um estilete, foram destituídos pela família. Proteus passará a ser defendido apenas pela Defensoria Pública.

O rapaz prestou depoimento nesta quarta. Sim, ele admitiu que avançou sobre os policiais com um estilete, mas diz que o fez depois de ter tomado um primeiro tiro. Acredite quem quiser. Admitiu também que os badulaques da mochila (próprios para o confronto com a PM) eram mesmo seus, exceção feita aos explosivos. O depoimento desmoraliza a história da luta de um coitadinho contra uma PM assassina. A família sabe disso. A Defensoria Pública sabe disso. A estratégia agora é a de redução de danos.

E o que fizeram os tais advogados que servem à causa? Afirmaram que Proteus prestou depoimento sob efeito de… morfina — sugerindo que não estaria plenamente consciente dos seus atos. É um escândalo moral. Já se tratou com morfina, leitor amigo? Eu já. Sim, dá uma felicidade imensa, sabem? Mas porque tira a dor. Só por isso. O uso hospitalar da droga, sob controle médico, não altera a consciência de ninguém. Trata-se de uma acusação delinquente.

Durante o depoimento, além dos advogados, estavam presentes familiares do rapaz e o defensor público Carlos Weis, que não pode ser considerado exatamente um amigo da polícia.

Continua após a publicidade

Os tais advogados estão bravos porque, acho eu, no fundo, eles estão pouco se lixando para o ex-cliente. Proteus havia se transformado numa causa. Como o seu depoimento — mesmo com aquela história de que só sacou o estilete depois do primeiro tiro — desmoraliza a história da carochinha da luta entre o paladino da liberdade e a PM carniceira, então eles se saem com essa história ridícula e, acho eu, eticamente grave.

Já que a OAB tem o monopólio da concessão do registro profissional, acho que a sua Comissão de Ética deveria se interessar pelo caso. Clientes não podem ser instrumentos de manipulação em favor de causas — por mais nobres que possam ser. E advogados não podem, do nada, acusar a polícia, a Defensoria Pública e os familiares do cliente de participarem de uma farsa — e foi isso que eles fizeram. Estariam todos compactuando de um crime. A propósito: não está caracterizada aí a falsa comunicação de um crime, uma conduta prevista do Código Penal, que também vale para os advogados? Não custa notar: eles não fizeram uma acusação no melhor interesse do seu cliente, não é?

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.