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Raphael Montes
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Os novelões modernos

Atrações como 'Succession' e 'Elite' bebem do clássico melodrama

Por Raphael Montes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 set 2020, 11h14 - Publicado em 4 set 2020, 06h00
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  • Essa semana, terminei de assistir fascinado à segunda temporada da série Succession, na HBO. “Que novelão”, pensei, diante do gancho deixado pelo último episódio. E usei “novelão” no melhor sentido da palavra. Criada por Jesse Armstrong, a série conta a história do clã Roy, uma família multibilionária, dona de um dos maiores conglomerados de mídia e entretenimento do mundo. Ao longo dos episódios, conhecemos o implacável Logan Roy, fundador da empresa, e seus quatro filhos, que disputam veladamente (às vezes, nem tanto) quem será o sucessor.

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    Livremente inspirada em escândalos e bastidores de conhecidas famílias como os Murdoch, os Redstones e os Trump, Succession entrega uma trama de contornos shakespearianos, com os dois pés fincados no melodrama. Trabalhando como roteirista de TV, aprendi que as novelas precisam ser uma “refeição completa” — romance, drama, um pouquinho de suspense, um pouquinho de comédia e um pouquinho de ação. Succession é um prato cheio. A câmera na mão traz um ar quase documental e o uso frequente do zoom, dando close nos atores, acentua o drama. Estão ali as intrigas familiares, as vilanias estapafúrdias, o mundo de riqueza e luxúria e o equilíbrio entre drama e comédia. Para ser melodrama completo, só faltava um par romântico forte por quem torcer.

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    “Nós, brasileiros, crescemos vendo novelas. Então chegaram as séries, com um formato inovador”

    Pequenos Incêndios por Toda Parte, disponível no Amazon Prime, também carrega no melodrama. Baseada no best-seller homônimo de Celeste Ng, a série extrapola os temas do livro e discute racismo, maternidade e feminismo ao apresentar Reese Witherspoon e Kerry Washington como duas matriarcas com diferentes visões de mundo. Os conflitos entre ambas vão “queimando” pouco a pouco, enquanto as relações entre os filhos de uma e a filha de outra criam intrigas românticas, momentos de superação e potentes diálogos sobre o ideal de uma família perfeita.

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    Outro título me vem à cabeça: a espanhola Elite, da Netflix. Passada em Las Encinas, um colégio frequentado por alunos da alta sociedade da Espanha, a série vai e volta no tempo para investigar um crime ocorrido entre os alunos. Conforme conhecemos a história da vítima e de cada suspeito, vamos mergulhando em amores impossíveis, segredos familiares e na relação entre ricos e pobres. Elite é uma Malhação com crime e sexo, mas que não abre mão dos pares românticos para fisgar o espectador. Não à toa, tem sido um dos maiores sucessos da plataforma de streaming.

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    Nós, brasileiros, crescemos vendo novelas. Então chegaram as séries, com um formato inovador e imprimindo um novo tom de roteiro, direção e atuação. Recentemente, as duas formas de narrar parecem se encontrar: há séries com dramas e conflitos do melodrama, com choro, tapa e bate-boca; e novelas com mais subtexto e curvas dramáticas ágeis, com viradas e ganchos típicos de séries. Os espanhóis e mexicanos, aliás, são mestres nisso. Basta ver La Casa de Papel ou Desejo Sombrio. Os americanos não perderam tempo em inserir melodrama em atrações como Game of Thrones, O Conto da Aia e This Is Us. Mal posso esperar pelos próximos shows que surgirão desse interessante híbrido entre série e novela.

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    Publicado em VEJA de 9 de setembro de 2020, edição nº 2703

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