O CNJ enviou o conselheiro Gilberto Valente para fazer uma inspeção no Tribunal de Justiça do Amazonas. O resultado da devassa será divulgado daqui a pouco.
Antes de mesmo de voltar à Brasília, Valente já determinou a abertura de procedimentos para apurar indícios de transações escabrosas no tribunal.
Tem de um tudo na corte amazonense:
* Dois leiloeiros dos quadros do TJ-AM suspeitos de receber comissões, ou melhor, propina, de 5% do valor dos bens apreendidos por ordem judicial. A negociata ocorreria quando o patrimônio é leiloado.
* O CNJ encontrou pelo menos sete casos com indícios de nepotismo: parentes não concursados lotados em gabinetes de magistrados.
* Valente identificou ainda um espécie de promoção dos sonhos para qualquer concursado. Funcionários aprovados em seleções para nível médio que, após o processo seletivo, concluem a faculdade de Direito e são automaticamente alçados a cargos de nível superior.
* Por fim, o caso que motivou a inspeção: a falta de celeridade em processos contra integrantes da administração pública. O prefeito de Coari, Manoel Pinheiro, é suspeito de envolvimento com um esquema de exploração sexual infantil. Há denúncias de 2008 contra ele que até agora não foram julgados. O CNJ está apurando a conduta de todos os magistrados que passaram pela vara onde tramitam as ações contra o prefeito.