Um grupo de 12 senadores que se reuniu ontem Dias Toffoli saiu pessimista do encontro com a sinalização do presidente do STF quanto ao seu posicionamento sobre a prisão após segunda instância. O julgamento será retomado amanhã na Corte.
Ainda que Toffoli não tenha deixado claro, a percepção geral dos parlamentares é que o ministro manterá sua posição de prisão somente após o trânsito em julgado de uma condenação.
Os senadores entregaram a Toffoli uma carta-manifesto, de autoria de Lasier Martins (Podemos-RS). No texto, Lasier diz que a exigência de terceiro e quarto graus coloca em descrédito a Justiça.
O senador gaúcho relatou ao Radar o sentimento dessa conversa com Toffoli.
“Foi muito receptivo. Nos recebeu por uma hora. Saí com dúvidas, mas com uma ponta de esperança, já que ele falou que o assunto não é cláusula pétrea e que pode ser legislado no Congresso. Mas nem todos concordam em mexer nisso, defendem interesses pessoais. Vários deputados e senadores são acusados na Lava Jato”, disse Lasier, que continuou.
“O ministro Toffoli disse que não iria revelar seu voto, mas considerou nossa carta importante, já que tem o apoio da maioria do Senado. São 43 assinaturas que representam 70 milhões de votos. Mas na saída, no térreo, fizemos, nós senadores, uma reunião. E a maioria dos colegas acha que ele não vai mudar. Pelo seu passado ligado ao PT mesmo. Trabalhou com José Dirceu e tem gratidão pela indicação do Lula. Ficamos em dúvida, mas cumprimos nossa obrigação”, concluiu Lasier.