A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou nesta quinta-feira requerimento para convocar o diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, para que ele explique o uso pela agência de um suposto programa secreto para monitorar aparelhos de celular sem autorização judicial. O MPF investiga o uso desse tipo de expediente durante a gestão de Jair Bolsonaro.
A comissão, presidida por Renan Calheiros, aprovou uma série de outros requerimentos para analisar medidas tomadas pelo governo anterior. Entre elas a decisão da gestão passada de conceder isenção de visto de forma unilateral para viajantes que chegam ao Brasil dos EUA, Canada, Japão e Austrália. Os senadores irão debater a possibilidade de revogação dos decretos de Bolsonaro que abriram a possibilidade no país.
Na esteira da convocação da Abin, a comissão aprovou ainda convite ao chefe da Casa Civil, Rui Costa, a quem a agência de inteligência é subordinada. Também foram convocados para esclarecimentos o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Defesa, José Múcio.
Em seu discurso de posse no comando da comissão, Calheiros afirmou que as invasões do dia 8 de janeiro em Brasília também serão alvos de investigações pelo Senado. “Por qual razão a conspiração não foi atalhada, onde estavam os informantes, a quem compete coordenar e centralizar o trabalho de inteligência e orientar corretamente o Presidente da República, quem falhou, foi um erro coletivo ou individual? Essas e outras inquietações ainda não foram suficientemente esclarecidas, mas expuseram falhas indisfarçáveis na vigilância e uma vulnerabilidade não camuflável”, disse.