Quatro meses após o resgate de trabalhadores na Serra Gaúcha, a Salton já investiu 1,5 milhão de reais em compliance. Em março, a empresa teve queda de 7% nas vendas, mas os números de junho, em relação ao ano passado, demonstram retomada no faturamento.
O MPT apontou aos diretores da empresa que a responsabilidade da Salton na crise trabalhista foi não ter fiscalizado o alojamento. A partir de agora, a vinícola vai hospedar em residências próprias os trabalhadores temporários no período da colheita.
“Não vamos mais ter terceirizados na mão de obra das próximas safras”, garante Maurício Salton.
O novo sistema de contratos da empresa será implementado até 15 de julho. O gerenciamento de terceirizados identifica em até 48h pendências fiscais, criminais ou trabalhistas de prestadores de serviços. A empresa fez um pente-fino em cerca de 1.200 trabalhadores, inclusive jardineiros e fotógrafos.
Em 22 de fevereiro, uma operação da Polícia Federal resgatou 207 trabalhadores em um alojamento insalubre em Bento Gonçalves (RS). Eles prestavam serviço a três grandes vinícolas da região. No caso da Salton, a mão de obra análoga à escravidão trabalhavam no transporte das uvas.