Randolfe toma o celular de youtuber que chamou Bolsonaro de ‘tchutchuca’
Wilker Leão irritou o senador meses depois de ter sido agredido pelo então presidente
Menos de seis meses depois de ter chamado o então presidente Jair Bolsonaro de “tchuchuca do centrão” – e ter sido agredido por isso –, o youtuber Wilker Leão foi novamente reprimido, desta vez pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
O parlamentar tomou nesta quinta o celular do insistente Leão, que perguntou a Randolfe sobre um projeto sobre assédio político. O youtuber encontrou o senador em um prédio anexo ao Congresso. O parlamentar negou e disse que o projeto era contra o terrorismo e usou como exemplo o atentado de 8 de janeiro.
“Não, foi não. Teve um projeto, a gente tem de derrotar o terrorismo. Aqueles que no dia 8 de maio (sic) atearam fogo, destruíram símbolos da República, o Palácio do Planalto. O terrorismo você não acha que tem de ser criminalizado? Você é a favor do terrorismo?”, rebateu o senador.
Enquanto ambos discutiam, o parlamentar seguiu caminho e entrou no elevador. Wilker Leão continuou questionando Randolfe, que saiu do elevador e tomou o celular do youtuber.
Em seguida, Leão continuou o vídeo em frente ao Senado, mostrando o celular recém-recuperado e o relógio danificado. Ele foi novamente abordado, desta vez pela Polícia Legislativa, e, segundo relatou no YouTube, encaminhado à delegacia do Senado, de onde saiu por volta das 20h.
O projeto de lei citado por Wilker é o que dispõe sobre o crime de assédio ideológico, apresentado em 2022 por Randolfe Rodrigues. A proposta define como crime o ato de “assediar alguém publicamente, de forma violenta ou humilhante, premido por inconformismo político, partidário ou ideológico”, diz o texto.
Na justificativa do projeto, o senador cita a tentativa de homicídio contra a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, o assassinato de Marielle Franco, a briga que resultou na morte de um eleitor de Lula em sua festa de aniversário e lembra um ataque contra Rodrigo Maia (PSDB-RJ) em 20 de novembro. O texto faz referência a uma tropa de Benito Mussolini, líder facista italiano, que “tinha uma tropa que agredia, batia e ameaçava”.