O procurador da República Wellington Divino Marques de Oliveira, que assina a denúncia contra os hackers que roubaram mensagens da Lava-Jato e invadiram celulares de autoridades, entre elas o jornalista Glenn Greenwald, é o mesmo que denunciou o presidente da OAB por calúnia contra Sergio Moro.
As duas denúncias envolvem a Operação Spoofing, da Polícia Federal, que teve como objetivo apurar os crimes relacionados à invasão dos celulares.
Na denúncia apresentada nesta terça-feira, o MPF diz que ficou comprovado que Glenn auxiliou, incentivou e orientou o grupo hackers durante o período em que os celulares foram invadidos.
Em dezembro, o procurador denunciou o presidente da Ordem, Felipe Santa Cruz, por crime de calúnia, diante das declarações dele sobre o ministro da Justiça. Ao comentar os achados da Operação Spoofing, da Polícia Federal, o presidente da OAB bateu forte no ministro. “[Sergio Moro] usa o cargo, aniquila a independência da Polícia Federal e ainda banca o chefe da quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas.”
Na semana passada, a Justiça Federal do Distrito Federal rejeitou a denúncia apresentada pelo representante do MPF contra o presidente da OAB. O juiz Rodrigo Parente julgou que não havia motivo para receber a peça.
Agora, na denúncia contra Glenn, o representante do MPF diz que o jornalista obteve “vantagem financeira” e afirma que ele agiu como “partícipe nas condutas funcionando como garantidor e orientador da associação criminosa”.