PRF investiga superintendente por espionagem contra chefe da instituição
Superintendente substituto no DF, Rafael Silva foi flagrado usando o sistema da polícia para consultar dados pessoais do chefe da instituição
Há três semanas, o Radar revelou que a PRF de Lula enfrentava uma guerra sigilosa de dossiês em Brasília e disputas de poder entre grupos políticos, alguns apoiados por parlamentares do PT. Nas últimas semanas, essa crise avançou, ganhando contornos mais graves, a partir da descoberta de personagens poderosos da corporação envolvidos nessas jogadas.
Na última terça, a Corregedoria da instituição abriu uma investigação sigilosa contra o número dois da Superintendência da PRF no Distrito Federal, o superintendente substituto Rafael Silva, por possível espionagem e outras irregularidades praticadas contra o diretor-geral da PRF, Antônio Oliveira.
Despacho da Corregedoria da polícia diz que Silva é autor de um dossiê com falsas acusações contra a cúpula da PRF. “Esta Corregedoria-Geral verificou que aquele arquivo continha em seus metadados a identificação de seu autor como sendo ‘Rafael Guedes da Silva’, que coincide com servidor policial rodoviário federal, ocupante da função de Superintendente Regional substituto da SPRF/DF”, diz o despacho obtido pelo Radar.
O material, segundo a corregedoria, teria “acusações infundadas e possíveis crimes contra a honra de servidores”. “Apresentando o documento à Corregedoria-Geral, sustenta que haveria supostas acusações infundadas, possíveis crimes contra a honra de servidores, vazamento de informações e dados restritos, o que levantava a hipótese de ser verdadeiro dossiê em que poderia se buscar denegrir a imagem da instituição e dos gestores da mesma”, segue o documento.
Silva é braço-direito do superintendente Igor Ramos, que se filiou ao PT recentemente. Fontes da PRF dizem que há um movimento na corporação para derrubar Oliveira desde que Flávio Dino deixou o governo. O atual ministro do STF foi quem escolheu Oliveira para o cargo.
Ao reconstituir os passos de Silva na corporação, a corregedoria encontrou indícios de que ele usou meios de inteligência do órgão para colher informações pessoais do chefe nacional da PRF. “Chamou atenção o fato do PRF Rafael Guedes da Silva, em 23/02/2023, ter feito consultas a dados pessoais do Sr. Diretor-Geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, o que necessita de evidente esclarecimento”, diz a corregedoria. “Os fatos foram encaminhados à Corregedoria-Geral da Polícia Federal para conhecimento e auxílio na produção probatória técnica a respeito da possível autoria”, segue a investigação.
O ato é do corregedor-geral da PRF, Vinicius Behrmann. “É dever desta Corregedoria-Geral apurar os fatos dos quais tomou conhecimento, com vistas a identificar se existem irregularidades contidas no documento, além de possível participação de servidores na produção de dossiê e suposto vazamento de informações sensíveis, inverídicas e/ou distorcidas, a fim de também esclarecer qual o intento com a possível remessa daquelas informações e dados a jornalista sem vínculo com a instituição. Visando melhor subsidiar o juízo de admissibilidade da autoridade competente, decido pela apuração preliminar através de Investigação Preliminar Sumária – IPS, e consequente processamento no âmbito correcional”, diz o despacho.
Procurado, Silva disse que desconhecia o assunto e não iria se manifestar. Atual chefe do Ministério da Justiça, o ministro Ricardo Lewandowski não quis se pronunciar sobre a guerra nos bastidores da PRF.
Brasil está próximo de ter ministro de tribunal superior preso, diz senador
Cruz Azul x Flamengo: onde assistir, horário e escalações
Moradores do Retiro dos Artistas comovem com pedidos de Natal
Presidente da CCJ diz que pretende ‘enterrar’ projeto que reduz pena de Bolsonaro
Qual eleitor mais se arrepende de ter votado em Lula, segundo o Datafolha







