Deputados e senadores governistas que participaram da CPMI do 8 de Janeiro vão usar uma audiência da Comissão de Defesa da Democracia (CDD) do Senado na próxima quarta-feira, 27, para cobrar o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pela lentidão para analisar inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Originalmente, a reunião foi planejada para debater o apoio e a rejeição à extrema direita e seus impactos políticos no Brasil, no Chile e na Argentina, a pedido da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) – que preside a Comissão de Defesa da Democracia e foi relatora da CPMI que investigou os ataques golpistas aos Três Poderes.
Depois do atentado em que um homem se matou com explosivos a poucos metros do STF e da operação da Polícia Federal (PF) que prendeu militares que planejaram assassinar o presidente Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, a senadora chamou os ex-colegas da comissão mista de inquérito para uma manifestação.
Além de Eliziane, fazem parte do grupo antibolsonarista na CPMI do 8 de Janeiro o senador Humberto Costa (PT-PE) e deputados como Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Rafael Brito (MDB-AL), Rogério Correia (PT-MG) e Rubens Pereira Júnior (PT-MA).
Os parlamentares dizem que a demora da Procuradoria-Geral da República (PGR) para agir nos inquéritos de que o ex-presidente é alvo resultam de um “cálculo político” que o ataque do homem-bomba e a operação da PF contra os militares que queriam impedir a posse de Lula provaram ter sido equivocado.
Alguns desses congressistas se reuniram há cerca de dez dias com Gonet para questioná-lo sobre o andamento das acusações contra Bolsonaro. O procurador-geral respondeu que estava à espera da conclusão dos trabalhos da PF nos inquéritos da falsificação da carteira de vacinação, da venda ilegal de joias no exterior e da minuta de golpe para apresentar uma denúncia.