Os partidos de oposição ao governo Bolsonaro na Câmara pediram nesta terça-feira ao TCU que suspenda o pagamentos de emendas parlamentares da modalidade RP9, cuja destinação de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional a deputados e senadores da base aliada foi revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo.
“Estamos diante de uma intensa sangria dos cofres públicos, feita de forma obscura e sem critérios conhecidos. Esse uso de dinheiro público para montar, por caminhos tortuosos, uma base no Congresso Nacional é um escândalo de grandes proporções. Por isso, é fundamental estancar o quanto antes a sangria. Esse dinheiro precisa ser usado para salvar a vida dos brasileiros, comprando vacinas, e não para abastecer esquemas suspeitos”, declarou o deputado Alessandro Molon, líder da oposição na Câmara.
Nesta segunda-feira, o sub-procurador geral junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, fez uma representação para que o tribunal investigue as denúncias de que Bolsonaro teria articulado um “orçamento secreto” em favor de determinados parlamentares em troca de apoio a projetos do governo. Segundo Furtado, isso configura inadequada execução orçamentária motivada por interesses políticos.
O esquema teria envolvido o valor de 3 bilhões de reais distribuídos a parlamentares, entre eles o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o atual presidente da Câmara, Arthur Lira.