Cerca de 40 dias depois de se licenciar para cuidar da saúde, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) retomou as atividades nesta terça-feira e fez um discurso no plenário do Senado para anunciar, “com o coração aliviado”, que está de volta ao serviço.
Alvo de investigação da PF e de medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes por participação em uma trama golpista com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira, o parlamentar disse que a tribuna é seu único recurso para se comunicar com os eleitores, já que suas redes sociais estão bloqueadas desde 15 de junho, quando a Polícia Federal deflagrou uma operação contra ele.
Além de discursar, ele também aproveitou para conversar com o colega Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, na mesa do plenário.
“O desgaste da luta política e do trabalho excessivo que eu empreendi desde o começo do ano, para que se fizesse a justa apuração das responsabilidades pelos fatos lamentáveis ocorridos no fatídico 8 de janeiro, têm me custado muito caro. A minha saúde, a minha família e a minha honra ainda estão padecendo disso, mas só me afastei depois de assegurar que o meu posto na luta pela verdade e pela justiça, a respeito do dia 8 de janeiro, não seria deixado descoberto”, declarou, citando a colaboração de colegas como os senadores Marcos Rogério, Eduardo Girão, Esperidião Amin, que “ecoaram” sua voz na CPMI do 8 de janeiro.
“Foi com a certeza de ter cumprido a missão nesse assunto – porque tudo que está vindo à tona era tudo que eu já dizia em janeiro – que me retirei para cuidar da minha saúde, estar com a minha família e seguir à risca o que me foi prescrito pelos médicos. Fiz os tratamentos necessário e hoje me sinto totalmente restabelecido, graças a Deus. Estou pronto para continuar servindo ao povo capixaba aqui no Senado Federal, como já vinha fazendo há quatro anos. Seguirei empenhando meus esforços na construção do legado do meu combate à corrupção e pela valorização das forças de segurança pública deste país”, comentou o senador.
Na sequência, ele citou a recente morte de um policial para criticar a “grave sensação de insegurança e impunidade” no país e defender a valorização dos agentes de segurança.
Do Val disse estar de volta “com grandes problemas físicos resolvidos, com biópsia determinando que não são malignos”, sem dar mais detalhes sobre as questão de saúde. E que foi um período muito tenso, mas que seu “corpo precisava de fato parar” para se recompor.
“A única coisa que ainda lamento é que as minhas redes sociais ainda não retornaram, eu só tenho essa tribuna para falar”, concluiu.