Aliados de primeira hora de Jair Bolsonaro confirmam que o presidente vai à Polícia Federal às 14h desta quarta-feira prestar depoimento sobre os presentes que recebeu dos governos da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes e os manteve em sua posse após o fim do mandato.
O ex-presidente deve falar à PF que a maioria dos mimos foi devidamente catalogada e estava sob custódia dele até que fosse solicitado que os devolvessem. Para os bolsonaristas, essa foi a mesma conduta adotada por Lula com os presentes que recebeu nos mandatos anteriores.
Um interlocutor de Bolsonaro admitiu ao Radar que o ex-presidente pode “até ter feito a malandragem” de fingir que não era com ele e ficar como depositário dos itens em definitivo, torcendo para que não fosse notado. Até então, nada que não fosse estritamente restrito na lei, segundo o argumento da defesa.
O problema é o pacote com joias avaliadas em 16,5 milhões de reais. Os itens não foram informados, mas não foram encontradas com Bolsonaro. Como revelou a reportagem do Estadão, o pacote estava com a comitiva do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
O ex-presidente, porém, tentou interferir na Receita Federal para liberar o presente retido pelos agentes do Aeroporto de Guarulhos. O ajudante de ordens Mauro Cid, que também depõe nesta quarta à PF, pode assumir a culpa pela investida para retirada das joias da alfândega.