Apesar de ter anunciado nesta semana o apoio a Davi Alcolumbre para a sucessão de Rodrigo Pacheco, a bancada do PT no Senado está desconfortável com o espaço mais nobre prometido por ele ao PL de Jair Bolsonaro — que tem a segunda maior bancada da Casa, com 14 senadores, e já garantiu a Primeira Vice-Presidência. Ao partido de Lula, que tem nove parlamentares, restou a Segunda Vice.
Os insatisfeitos, porém, não viram qualquer saída a não ser aderir à candidatura do senador do União Brasil, favoritíssimo a vencer a eleição em fevereiro do ano que vem. A chance de ter um desafiante minimamente viável ao ex-presidente do Senado se dissipou com a desistência do líder do PSD na Casa, Otto Alencar, de lançar sua candidatura.
O apoio a Alcolumbre foi anunciado pelo líder do PT, Beto Faro, que revelou ter tido o aval do presidente Lula e do ministro Alexandre Padilha para divulgar a decisão — que deverá ser oficializada em reunião no Planalto com o senador do União Brasil e os petistas na semana que vem.
Na atual Comissão Diretora, comandada por Pacheco, o PT tem a Primeira Secretaria, com Rogério Carvalho, mas não quer mais o posto. Já na disputa por comissões, os petistas pediram a CAE, de Assuntos Econômicos, mas Alcolumbre disse que já tinha um acordo para entrar o colegiado ao MDB. A CCJ, mais importante da Casa, deverá ficar com o PSD, muito provavelmente para Otto Alencar.
As tratativas sobre quais das comissões irão para o PT ainda estão em andamento, com alta probabilidade de a do Meio Ambiente ser uma delas.