A representação apresentada nesta terça-feira ao TSE por Jair Bolsonaro e pelo PL para invalidar os votos de urnas eletrônicas, apenas no segundo turno das eleições deste ano, traz um cálculo no mínimo conveniente para sugerir que o presidente teria vencido Lula com 51,05% dos votos válidos. Isso, claro, se fossem considerados apenas os equipamentos apontados como confiáveis pela auditoria contratada pelo partido.
No tópico sobre os “resultados empíricos da auditoria e da totalização dos votos válidos constantes nas urnas UE2020”, as que foram fabricadas a partir de 2020, o documento diz que elas representam apenas 40,82% do total de equipamentos utilizados no pleito. E que estas foram as únicas que geraram “arquivos idôneos” de auditoria.
Na sequência, o PL leva em conta apenas os resultados destas urnas para dizer que Bolsonaro teria recebido 26.189.721 votos contra 25.111.550 de Lula, ou seja, 51,05% dos votos válidos contra 48,95% do presidente eleito.
Na vida real, é bom que se lembre, Lula venceu Bolsonaro com 50,90% dos votos válidos: 60.345.999 contra 58.206.354 em números absolutos.
“O que se busca evidenciar com este resultado empírico extraído das urnas eletrônicas do modelo UE2020 (repita-se, distribuídas aparentemente de forma proporcional e equitativa pelo país pela própria Justiça Eleitoral), a partir de elementos de auditoria válida e que atestam a autenticidade do resultado eleitoral com a certeza necessária – na concepção do próprio Tribunal Superior Eleitoral – é que os votos válidos e auditáveis do Segundo Turno do pleito eleitoral de 2022 atestam resultado diferente daquele que anunciado por esse Tribunal Superior Eleitoral no dia 30/10/2022, conferindo posição preferencial de 51,05% da população ao Presidente Jair Bolsonaro”, conclui a representação.