Considerado “fiador” de Lula (PT) junto a importantes grupos ainda resistentes ao petista, o vice Geraldo Alckmin (PSB) tem colocado a articulação política para jogo.
Nesta sexta, o ex-tucano defendeu que o agronegócio — setor que fortemente apoia Jair Bolsonaro (PL) — será uma das prioridades em um eventual governo Lula.
Para além de exaltar a importância “estratégica” do setor, Alckmin lembrou de feitos do PT e sinalizou propostas concretas a produtores, entre elas a melhora do crédito rural.
“Na época do presidente Lula, os juros eram de 3,5% e hoje passou de 15%. Teve o crédito para modernização da Frota de Tratores Agrícolas, financiamento para custeio (…) Melhorou a infraestrutura, aumentou a inserção do Brasil no comércio exterior (…) Quase dobrou a produção agrícola e de grãos nos 12 anos dos governos do Partido dos Trabalhadores”, disse Alckmin à Rádio Lagoa Dourada FM 105.9, do Paraná.
Lula entrou em maus lençóis com o setor no final de agosto, ao afirmar em entrevista ao Jornal Nacional que parte do agronegócio é “fascista e direitista”.
Na ocasião, o ex-presidente havia sido questionado sobre uma suposta relação de “oposição” entre o agro e a preservação ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.
“[Apenas] O agronegócio que é fascista e direitista, porque os empresários sérios que trabalham no agronegócio, que têm comércio com exterior, que exportam para a Europa, para a China, não querem desmatar”, respondeu Lula. “Esses querem preservar nossos rios, preservar nossas águas, preservar nossa fauna”.
Na entrevista desta quinta-feira, Alckmin afirmou, ainda, defender a ampliação de acordos internacionais, e citou como exemplo a questão dos fertilizantes.
“Hoje estamos dependendo de pouquíssimas empresas, na Rússia e no Canadá. Então, acredito que precisamos investir na indústria para a agricultura. Eu sou um defensor do agro, que gera emprego no campo e na cidade”, concluiu.