‘Não ajuda’, comenta diplomata sobre ataque de Bolsonaro à China
Na quarta-feira, o presidente citou uma suposta "guerra química" com a Covid-19, em referência velada ao governo chinês
A reação resignada de um integrante da cúpula do Itamaraty ao mais recente ataque de Jair Bolsonaro à China ilustra a dificuldade da diplomacia brasileira diante do comportamento no mínimo errático do presidente. Em reservado, o diplomata respirou fundo e respondeu:
“Esse tipo de coisa não ajuda”.
O servidor lembrou a importância dos chineses na aquisição de vacinas e na balança comercial do Brasil. Mas explicou que o papel do Ministério das Relações Exteriores é saber se adaptar ao governo eleito.
Empossado há um mês, o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, teve que reconstruir o relacionamento com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, que cortara relações com o seu antecessor, Ernesto Araújo.
Na semana anterior, o chanceler já teve que entrar em cena para apagar o incêndio causado pela declaração do ministro Paulo Guedes de que os chineses “inventaram” o novo coronavírus.