Milhares de manifestantes bolsonaristas invadiram e atacaram na tarde deste domingo, 8, os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
Parte do grupo contrário à vitória de Lula, que tomou posse há uma semana, saiu do acampamento montado há quase dois meses diante do quartel-general do Exército, na capital federal, rumo à Esplanada dos Ministérios e furou bloqueios policiais.
Pouco antes das 16h, policiais tentaram dispersar o grupo com o auxílio da cavalaria.
As ações estão sendo transmitidas ao vivo nas redes sociais e no YouTube. Os vídeos mostram a depredação de uma viatura da Polícia Legislativa. Os manifestantes não se intimidaram com bombas de efeito moral, lançadas por volta das 14h40. Agentes da Força Nacional, convocada neste sábado em resposta à mobilização para os atos pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, tentaram conter o ataque.
Após tomar a rampa e cúpula externa do Congresso, o grupo migrou em direção ao Palácio do Planalto e para o STF, na Praça dos Três Poderes. Os manifestantes conseguiram entrar na área da sede do Executivo e tentam avançar na parte interna do prédio.
Em imagens que mostram a ação do grupo antidemocrático no Palácio do Planalto, é possível ver que objetos foram depredados. Mangueiras de incêndio foram desenroladas, mesas de vidro e cadeiras foram quebradas, vidraças foram danificadas e gavetas foram reviradas.
“Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência”, afirmou nas redes sociais o presidente do Congresso e do Senado, Rodrigo Pacheco, que disse ter entrado em contato com o governador do Distrito Federal.
Da sede do Ministério da Justiça, Flávio Dino afirmou que “essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer”. “O Governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços. E as forças de que dispomos estão agindo. Estou na sede do Ministério da Justiça”, escreveu.
https://twitter.com/FlavioDino/status/1612158056653066240
Também pelas redes sociais, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que era ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, repudiou as ações e o que chamou de “cenas lamentáveis agora na Esplanada dos Ministérios”. Determinei ao setor de operações da SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal) providências imediatas para o restabelecimento da ordem no Centro de Brasília”, escreveu.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, também divulgou comunicado informando que estava monitorando e acompanhando com preocupação os “atos de vandalismo a edifícios públicos” e que mantinha contato permanente com as autoridades.
Ele requisitou à Procuradoria da República no Distrito Federal “a imediata abertura de procedimento investigatório criminal visando a responsabilização dos envolvidos”. E colocou a Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (Sppea) da PGR à disposição do órgão a fim de preservar gravações e postagens que possam levar à identificação dos infratores.