O presidente Lula teve nesta segunda-feira sua primeira agenda oficial após a cirurgia no quadril do último dia 29 de setembro, oito dias depois de receber alta hospitalar. Ainda recuperando-se da operação no Palácio da Alvorada, ele teve uma reunião por videoconferência para tratar do balanço das ações sobre o conflito em Israel desde o sábado com os ministros José Múcio (Defesa), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social).
Chefe da Assessoria Especial do presidente, o ex-chanceler Celso Amorim também participou da conversa, assim como o chefe do gabinete pessoal de Lula, Marco Aurélio Marcola.
Segundo a Secom, também estiveram na pauta da reunião informes sobre o governo, as questões da chuvas em Santa Catarina e a relação com o Congresso. Sobre a situação da guerra no Oriente Médio, o principal assunto foi o resgate de brasileiros na região.
Ainda no sábado, Lula disse pelas redes sociais que ficou “chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas”.
“Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas. O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU. Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”, escreveu.
No domingo, o Brasil convocou os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir, em caráter de emergência, “os últimos desdobramentos do conflito israelo-palestino”. “Ao lamentar profundamente a perda de vidas, o Brasil condenou os ataques contra civis”, informou o Ministério das Relações Exteriores, em nota.
O comunicado destacou ainda que o país “sublinhou que as partes devem se abster da violência contra civis e cumprir suas obrigações perante o direito internacional humanitário” e que o Brasil “conclamou todos à máxima contenção para evitar uma escalada, com consequências imprevisíveis para a paz e a segurança internacional. Enfatizou ser urgente desbloquear o processo de paz”.
“O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável, convivendo em paz e segurança com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”, concluiu o Itamaraty.