Lula leva para a campanha o fantasma que assombra Bolsonaro
Com marqueteiro novo, petista sobe o tom contra o presidente e seu medo de ser preso depois de deixar o poder
Jair Bolsonaro admitiu no ano passado que chorava escondido no banheiro do palácio. Explicou aos interlocutores, quando revelou o sofrimento, que o choro era decorrente do “peso do cargo”.
O presidente passou meses sem voltar ao assunto. No mês passado, porém, promoveu um evento no Palácio do Planalto para celebrar a anarquia do deputado Daniel Silveira contra o STF. Nesse dia, explicou melhor seu fardo no palácio.
O presidente teme ser preso, admitiu viver com tal assombração ao citar o exemplo da ex-presidente boliviana Jeanine Áñez, levada para a cadeia depois de perder o poder.
Bolsonaro sabe que motivos na Justiça não faltam para que ele seja, no mínimo, investigado. Inquéritos contra ele e os filhos avolumam-se no STF e no TSE. Com um futuro eleitoral nebuloso, ataca a legitimidade das eleições para tentar preparar uma virada de mesa. Luta para escapar da prisão, não por um projeto político ou por uma visão de país.
Maior adversário de Bolsonaro no momento, o ex-presidente Lula, com marqueteiro novo, decidiu investir no que mais assombra o capitão. “Bolsonaro, seus dias estão contados. Não adianta desconfiar de urna. O que você tem é medo de perder as eleições e ser preso”, disse Lula em Belo Horizonte.
E a campanha oficial ainda nem começou.