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Lula descarta ‘entregar’ ministérios do Desenvolvimento Social e da Saúde

Em entrevista nesta quinta, o presidente afirmou que não é o partido que pede ministérios, e sim o governo que oferece — o que deve ocorrer em agosto

Por Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 Maio 2024, 00h18 - Publicado em 13 jul 2023, 12h01

Lula concedeu uma entrevista à Record TV na manhã desta quinta em que descartou entregar o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, comandado pelo petista Wellington Dias, e o Ministério da Saúde, chefiado por Nísia Trindade.

Questionado se é razoável “combater a fome do Progressistas” com a pasta que é o “coração do seu governo” — uma vez que o deputado federal André Fufuca (PP-MA) tem sido cotado para substituir Dias —, o presidente disse que não.

“Não. Primeiro, deixa eu te falar: esse ministério é um ministério meu”, comentou, segundo indagado que não vai sair do PT. “Esse ministério não sai. Não sai. A Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece o ministério”, declarou.

Na sequência, ele disse que vai conversar com os partidos “no momento certo”, o que deve ocorrer após o recesso parlamentar, em agosto.

“É só fazer uma inversão de valores. Ou seja, no momento certo, nós vamos conversar, da forma mais tranquila possível. Eu não quero conversa escondida, eu não quero conversa secreta. A hora que voltar o Congresso Nacional, que for juntar os líderes dos partidos, eu vou conversar, toda a imprensa vai ficar sabendo o que é que eu conversei com cada um, o que é que foi ofertado para participação no governo, e o que é que o governo quer estabelecer de relação com o Congresso até o final do mandato”, comentou Lula.

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Ele então defendeu que é melhor ter uma relação “à luz do dia, civilizada, aberta, todo mundo sabendo” e que você pode discutir emendas para os deputados, sim, “só que não pode ser Orçamento secreto”.

“Você pode discutir emendas que sejam feitas publicamente, a sociedade sabendo aonde é que vai ser encaminhado aquele recurso, para que projeto vai ser encaminhado aquele recurso. Não tem nenhum problema você fazer isso. O que é grave é quando você passa a ideia de que é secreto. Aí você já cria a tese da suspeição. E nunca é bom você viver sob suspeição”, afirmou o petista.

“Então eu quero fazer o jogo à luz do dia. Eu já troquei tanta gente, tem tanta gente já trocada por mim, que as pessoas que, quando eu fizer as mudanças que eu tenho que fazer, com os acordos que eu puder fazer com os partidos políticos, todo mundo vai saber”, acrescentou.

De acordo com o portal R7, que até o momento divulgou apenas o vídeo com as declarações citadas acima, Lula também disse que mudanças na Esplanada são “a coisa mais natural do mundo” e que é necessário fazer composição com quem ganhou maioria no Parlamento, não com quem perdeu. Por isso, ele precisa conversar com os partidos que estão dentro do Congresso Nacional.

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“O que pode acontecer, a partir das férias dos deputados, é que alguns partidos políticos queiram vir a fazer parte da base do governo. Se esses partidos tiverem a decisão de vir participar do governo, nós vamos ter que fazer o manejamento no ministério. Não é nem uma reforma, é apenas acomodação de alguns partidos que ficaram fora, mas que querem participar”, declarou.

Sobre a saída de Daniela Carneiro, que será trocada pelo deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA), ele explicou que a mudança “já estava prevista” e que disse à (ainda) ministra do Turismo que ela não deveria ter saído do partido. Em abril, Daniela — que é deputada federal licenciada — e outros cinco integrantes da bancada do União Brasil do Rio de Janeiro pediram ao TSE autorização para deixarem a legenda sem perderem seus mandatos.

“Na hora que ela sai, fica difícil. Mas eu conversei com a Daniela, e está tudo bem. E está bem também com o companheiro que vai entrar no União Brasil. E penso que o barco vai continuar seguindo nesse mar calmo, tranquilo que nós estamos vivendo”, disse o presidente.

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