Lula critica armamentismo, games e redes sociais contra crimes nas escolas
Reunião no Palácio do Planalto reuniu governadores, parlamentares, ministros e juízes para debater a violência no ambiente educacional

Em meio à onda crescente de chacinas no ambiente educacional, Lula convocou uma reunião com representantes de todos os Poderes da República no Palácio do Planalto. Entre os culpados, Lula elencou as políticas que facilitam o acesso às armas, a violência nos jogos eletrônicos, a desinformação nas redes sociais e a necessidade de educar os pais.
“Não vamos transformar as escolas numa prisão de segurança máxima”, disse Lula. “A gente não vai resolver esse dinheiro só com dinheiro, a gente não vai resolver esse problema, elevando o muro da escola. A gente não vai resolver esse problema colocando detector de metais”, acrescentou o presidente, que classificou como “patética” uma eventual revista nas mochilas de crianças.
De acordo com o presidente, parte do problema está nos jogos eletrônicos, que influenciam os jovens que passam horas “jogando essas porcarias”.
“Hoje a molecada joga com gente de outro país, passam noites jogando, e tudo isso resulta nessa violência no meio de crianças”, constatou.
Lula também atacou as gigantes de tecnologia, responsáveis pela gestão das plataformas de redes sociais.
“Grandes empresas que ganham dinheiro com a divulgação da violência estão cada vez mais ricas (…) e continuam divulgando qualquer mentira, não tem critério”, afirmou o petista. “Ou nós temos coragem de discutir a diferença entre liberdade de expressão e cretinice, ou nós não vamos chegar muito à frente”, seguiu.
O presidente ainda falou que a sociedade está colhendo o que produz, destacou a responsabilidade das atitudes individuais para o cenário de violência. Para Lula, a saída passa pela educação dos pais e fortalecimento das redes de saúde mental, mas admitiu que a “reunião mais importante para debater violência na escola que já aconteceu nesse país” só foi convocada porque o presidente não vislumbra uma solução definitiva para o caso.