O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta sexta-feira que Gleisi Hoffmann não será ministra no seu próximo governo, mas negou que haja qualquer atrito interno por conta dessa essa decisão. O anúncio foi feito em entrevista coletiva no início da tarde, na sede do gabinete da transição em Brasília, ao lado da própria Gleisi.
Segundo o petista, a presidente do PT contribuirá mais com a nova gestão permanecendo no comando do partido e como deputada federal — ela foi reeleita para mais um mandato na Câmara. Lula reconheceu a importância da chefe da legenda na sua vitória nas urnas contra Jair Bolsonaro e afirmou que mantê-la no posto foi uma decisão pensada.
“Eu disse para a companheira Gleisi que, primeiro, o PT é um partido muito grande, o PT é um partido muito importante e majoritário na montagem da governança dentro do Congresso Nacional. E é extremamente importante que uma figura importante como a Gleisi, possivelmente a melhor presidenta de partido em atividade, de uma qualidade extraordinária a quem eu devo muito a minha vitória, a quem o partido deve muito por sua dedicação…”, disse o presidente eleito.
“Eu achei que era importante não desmontar o partido porque ganhamos as eleições. A companheira Gleisi tem um papel muito importante, de manter o PT se organizando, se fortalecendo e tem outras pessoas que podem representá-la dignamente no governo, a começar pela Presidência da República. O fato de eu ter dito que ela não seria ministra é um reconhecimento do papel que a Gleisi tem na organização política do PT no Brasil”, complementou.
Lula acrescentou que o fato da deputada não se tornar ministra é, na verdade, “um reconhecimento da grandeza dela e não uma diminuição do papel dela”. “Eu disse para a Gleisi que ser presidenta do partido hoje é tão ou mais importante do que ser ministro”, concluiu.