Itamaraty fura fila e vacina diplomatas fora do Plano Nacional
Vacinação não cumpre requisitos de prioridade do Ministério da Saúde
O Ministério das Relações Exteriores está aplicando vacinas contra a Covid-19 em servidores da pasta que irão assumir postos fora do país. A vacinação de diplomatas não cumpre os requisitos de prioridade estipulados pelo Ministério da Saúde no Plano Nacional de Imunização e também na última edição do PNO, o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação no Brasil.
Segundo o Radar apurou, no último sábado, dia 17, diplomatas que tiveram sua remoção para outros países já publicada no Diário Oficial da União puderam ser vacinados com doses da Janssen em um posto em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Além dos servidores, seus parentes maiores de idade também receberam o imunizante de dose única.
Uma das justificativas que circula nos corredores do Itamaraty é que em muitos países há a exigência de imunização para a entrada de estrangeiros, motivo que não para de pé porque a maioria dos países abrem exceção de acesso, com exigência de quarentena de quinze dias, justamente para pessoas com passaporte diplomático, caso dos Estados Unidos, por exemplo.
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Outra justificativa é que alguns servidores estão sendo designados para países que não têm boa estrutura de saúde e a vacinação seria uma medida de segurança.
O Radar questionou o MRE sobre a prática. A pasta confirmou que recebeu vacinas do Ministério da Saúde e já aplicou, até o momento, 104 doses em diplomatas e familiares. Ainda segundo o Itamaraty, funcionários do órgão que não estão com viagem marcada ao exterior deverão cumprir o calendário por idades definido em suas cidades de residência.