Investigados que tramaram golpe deixaram pistas até no Uber
Polícia Federal conseguiu estabelecer movimentação dos investigados em reuniões golpistas porque eles se deslocavam usando o aplicativo
Uma das provas mais contundentes obtidas pela Polícia Federal sobre a articulação bolsonarista do golpe nos meses finais da gestão de Jair Bolsonaro é um relatório da Uber.
O bolsonarismo tem dessas coisas. Se reunia em locais marcados secretamente para discutir um golpe de Estado, mas os envolvidos se deslocavam de Uber, deixando um rastro formidável de provas pelo caminho.
No material, todas as viagens dos investigados para encontros golpistas estão registradas, com direito a rota de GPS, horário da viagem, tempo de viagem, nome do motorista… Um dos locais usados pelos investigados era o comitê eleitoral de Bolsonaro no Lago Sul, em Brasília. A casa foi alugada com verba pública pelo PL.
“O aprofundamento das análises realizadas pela Polícia Federal a partir do recebimento dos histórico de ERBS (Estação Rádio Base) e dos dados telemáticos de geolocalização fornecidos pela Uber do Brasil vinculados aos investigados Amauri Feres Saad, José Eduardo de Oliveira e Silva e Filipe Martins demonstrou forte convergência entre os episódios citados e o utilização da estrutura partidária fornecida pelo Partido Liberal para o atuação do Núcleo Jurídico da organização criminosa responsável pelo assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado”, diz a PF.