Uma auxiliar direta da médica Mayra Pinheiro no Ministério da Saúde passou a usar o mesmo canal de WhatsApp em que divulga ações da pasta a jornalistas para propagar ataques contra a infectologista Luana Araújo, que prestou depoimento na CPI da Pandemia na semana passada. E com direito a uma insinuação sexista.
A assessora da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, que ficou conhecida como Capitã Cloroquina pela defesa do medicamento contra a Covid-19, espalhou aos seus contatos uma mensagem com um pedido para que “por favor, divulguem essa verdade, ajudem a desmascarar essa farsante imposta pela mídia criminosa!!!”.
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O texto ironiza o currículo de Luana, infectologista formada pela UFRJ e mestra em saúde pública pela universidade Johns Hopkins que foi escolhida pelo ministro Marcelo Queiroga no mês passado para comandar a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, mas dispensada dias depois de ter a nomeação barrada pelo Palácio do Planalto.
A mensagem da auxiliar de Mayra diz, entre outras coisas, que “a nova sumidade em Covid-19 eleita pela mídia e bajulada pela escória do Senado Federal” é cientista “com zero trabalhos publicados” e pesquisadora “sem currículo no Lattes”.
“Bonita, bem articulada, arrogante e lacradora. Se fosse os anos 90, seria capa da próxima Playboy. Como estamos no século XXI, será a próxima candidata do PSOL”, diz a servidora do Ministério da Saúde
Procurada pelo Radar, a assessora do Ministério da Saúde disse acreditar que qualquer opinião e ou “repost” nos seus perfis pessoais, ou mesmo por WhatsApp, “representam tão somente opiniões pessoais minhas, sobre os mais variados assuntos, incluindo política”. “Não há o que comentar”, finalizou.