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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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A CPI escancarou a tese antiglobalista da turma pró-cloroquina

Aos senadores, Mayra Pinheiro disse que não há mais estudos sobre o remédio por falta de interesse comercial da indústria farmacêutica

Por Da redação
Atualizado em 26 Maio 2021, 07h12 - Publicado em 25 Maio 2021, 18h42

Não é por acaso que a ala ideológica do governo Bolsonaro é a maior defensora do uso da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Desde fevereiro do ano passado, o movimento encabeçado pelo ex-assessor da Presidência Arthur Weintraub – e endossado pelos filhos do presidente Eduardo e Carlos Bolsonaro – levanta a bandeira de que há um “complô globalista” por trás da pandemia de Covid-19 – ou “comunavírus”, como definiu o ex-chanceler Ernesto Araújo em artigo. Além da China, também estaria por trás da doença a grande indústria farmacêutica – a chamada “Big Pharma” -, que lucra com a produção de novas vacinas e medicamentos para combater o novo coronavírus.

Parte dessa lógica foi exposta nesta terça-feira, dia 25, na CPI da Pandemia pela secretária de Gestão de Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina” por sua defesa enfática de medicamentos que não têm comprovação científica: “Para que a gente possa obter bula, da cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, nós precisamos que a indústria farmacêutica demande esses estudos, que custam na ordem de 19 milhões de dólares. Então, imagine que medicamentos sem patente, que custam muito barato, dificilmente terá uma indústria que queira submeter esses medicamentos a estudos, que levam quatro anos para entrar com pedido de bula”, afirmou ela, enfatizando dentro dessa lógica “terraplanista” que o interesse maior seria por testar medicamentos mais caros, ainda com patente – o que não é o caso da cloroquina que é utilizada há mais de 50 anos para a profilaxia de malária e o tratamento de lupus.

Evidentemente, a tese é outra maluquice gestada no núcleo ideológico bolsonarista. Seria uma tese estapafúrdia inofensiva se não tivesse transformado tragicamente a aposta da cloroquina numa das principais políticas de saúde do governo federal durante a pandemia. O presidente agiu (e continua agindo) como uma espécie de garoto-propaganda da droga, cuja eficácia para tratamentos de Covid-19 já foi completamente descartada pela imensa maioria da comunidade médica.

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que já participou de campanha eleitoral com Mayra Pinheiro em 2018, também aproveitou a sessão da CPI para dizer que há ” lobby da indústria farmacêutica que atua no mundo todo por meio de grandes corporações”. De todos os depoentes que foram chamados até agora à comissão, Pinheiro foi a que mais defendeu a cloroquina e hidroxicloroquina – muito mais do que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que tentou emplacar a tese de que o governo recomendava mais o “atendimento precoce” e não o “tratamento”. Não à tona Pinheiro está sendo bastante aclamada nas redes bolsonaristas.

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